Pelo menos em Portugal toda a gente já ouviu falar da sopa da pedra, vivendo eu em Almeirim, seria até estranho não publicar aqui a receita, que será também a minha primeira participação no colher de tacho.
Há quem diga que esta sopa está ligada a uma lenda de um frade que andava a pedir de porta em porta, outros defendem que a sopa é da autoria da família proprietária de um dos restaurantes típicos de Almeirim, que ao Domingo são lugar de romaria, (e com razão, pois come-se e bebe-se muito bem). De uma maneira ou de outra a sopa da pedra será sempre associada aos lindos campos de Almeirim onde eu tenho o prazer de morar.
Usei:
½ Litro de feijão encarnado
200g de chispe de porco
½ Orelha de porco
100g de toucinho entremeado
½ Chouriço negro (típico)
½ Chouriço de carne
1 Farinheira
1 Cebola
1 Folha de louro
250g de batatas
½ Molho de coentros
1 Pedra
Fiz assim:
De véspera, colocar o feijão de molho, escaldar e raspar a orelha e salgar as carnes.
Colocar o feijão a cozer em bastante água com a cebola e a folha de louro, depois de ferver um pouco colocar os enchidos, (com a excepção da farinheira), e as carnes.
Descascar as batatas e cortar em cubos muito pequeninos, reservar.
Ir retirando da panela as carnes à medida que vão ficando cozidas, umas cozem primeiro que outras, deixar arrefecer e cortar em pedaços e os enchidos ás rodelas.
Quando o feijão estiver cozido, juntar as batatas e a farinheira, deixar cozer a batata, retirar a farinheira que se corta também.
Quase no final juntar os coentros picadinhos e as carnes, mexer, rectificar os temperos, deixar levantar fervura e servir com a pedra no fundo da sopeira.
Notas:
Costumo fazer esta sopa de Inverno numa púcara de barro no lume de lareira.
Se o feijão for do próprio ano, não necessita ser demolhado.
Também pode ser usado feijão manteiga, eu até prefiro por ser mais cremoso.
O chouriço negro é conhecido em algumas regiões por morcela ou chouriço de sangue.
Não indiquei quantidade de sal na receita pelo facto das carnes e os enchidos serem salgados, prove e rectifique a gosto.
Na minha foto não aparecem as carnes, porque gostamos de as servir à parte, por isso me esqueci de as incluir no prato para fotografar.
Esta receita não dispensa uma visita a Almeirim, nem umas boas fatias de pão caseiro e vinho tinto Ribatejano.
Esta sopa é mais que uma sopa, é tão rica que para mim serve de refeição completa. Por acaso só a comi uma vez e adorei.
ResponderEliminarBjs
Antes de tudo amei o post! Agora sabe que tem um restaurante em São Paulo que serve essa sopa de pedra eu não sei te dizer se eles são fieis a receita original pois nunca comi mas fiquei tão encantada com seu post que confeso estar morrendo de vontade de fazer. Linda participação a sua!
ResponderEliminarMarizé, adorei o nome da sopa e mais ainda ao ver os ingredientes que leva! Deve ser uma delícia! Ótima sugestão para o colher!
ResponderEliminarBoa, muiiiiiiiiiiiiiito boa! Já não como há anos por não comer carne... Adorava... Obrigada por me lembrares desta sopinha!!!!
ResponderEliminarBeijinhos para ti e festinhas e beijinhos na Brida
Desculpe a ignorância, mas a pedra serve para mnter a temperatura da sopa quente, certo?
ResponderEliminarbjinho.
Olá Nina.
EliminarA pedra é só para "enfeitar", já que o nome da sopa provém da lenda que aqui deixo, pois talvez não conheça.
Um frade andava no peditório. Chegou à porta de um lavrador, não lhe quiseram aí dar esmola. O frade estava a cair com fome, e disse:
- Vou ver se faço um caldinho de pedra!
E pegou numa pedra do chão, sacudiu-lhe a terra e pôs-se a olhar para ela, para ver se era boa para fazer um caldo. A gente da casa pôs-se a rir do frade e daquela lembrança.
Perguntou o frade :
- Então nunca comeram caldo de pedra? Só lhes digo que é uma coisa boa.
Responderam-lhe :
- Sempre queremos ver isso!
Foi o que o frade quis ouvir. Depois de ter lavado a pedra, pediu :
- Se me emprestassem aí um pucarinho.
Deram-lhe uma panela de barro. Ele encheu-a de água e deitou-lhe a pedra dentro.
- Agora, se me deixassem estar a panelinha aí ao pé das brasas.
Deixaram. Assim que a panela começou a chiar, tornou ele :
- Com um bocadinho de unto, é que o caldo ficava um primor!
Foram-lhe buscar um pedaço de unto. Ferveu, ferveu, e a gente da casa pasmada pelo que via. Dizia o frade, provando o caldo :
- Está um bocadinho insosso. Bem precisava de uma pedrinha de sal.
Também lhe deram o sal. Temperou, provou e afirmou :
- Agora é que, com uns olhinhos de couve o caldo ficava que até os anjos o comeriam!
A dona da casa foi à horta e trouxe-lhe duas couves tenras.
O frade limpou-as e ripou-as com os dedos, deitando as folhas na panela.
Quando os olhos já estavam aferventados, disse o frade :
- Ai, um naquinho de chouriço é que lhe dava uma graça.
Trouxeram-lhe um pedaço de chouriço. Ele botou-o à panela e, enquanto se cozia, tirou do alforje pão e arranjou-se para comer com vagar. O caldo cheirava que era uma regalo. Comeu e lambeu o beiço. Depois de despejada a panela, ficou a pedra no fundo. A gente da casa, que estava com os olhos nele, perguntou:
- Ó senhor frade, então a pedra?
Respondeu o frade :
- A pedra lavo-a e levo-a comigo para outra vez.
Quando ouvia falar em sopa de pedra não imaginava que era essa delícia!!!!
ResponderEliminarNina, a pedra faz parte da lenda que está na origem da sopa, dê uma vista de olhos no link do post, e depois me diga se gostou.
ResponderEliminarBeijocas
Dei uma lida no link que me enviou. E eu achando que era apenas para aquecer! É um prato folclórico, da tua terra. Obrigada por compartilhar estas informações sobre cultura com a agente.
ResponderEliminarbjo.
Hummm...Marizé! Que bela participação para o Colher! Adorei o aspecto da sopa! Está mesmo de consolar corpo e alma! Mas vou confessar uma coisa...nunca comi uma sopa de pedra decente, isto é, num sítio onde fosse de qualidade reconhecida... Um dia vou a Almeirim, deliciar-me!
ResponderEliminarBeijinhos!
Gosto imenso de sopa de pedra e não como há anos...fiquei cheia de vontade ao olhar para a tua. Vou já dizer à Farófia, que ela ainda gosta mais do que eu desta sopinha.
ResponderEliminarbjs
Sempre que posso não a perco. Esta devia estar uma delícia.
ResponderEliminarNão tens e-mail por aqui?
ResponderEliminarEsta sopa de pedra só de ver já apetece comer... Você sabe fazer pão de milho, parece-me que é um pão tipicamente português. Bjs!
ResponderEliminarOi Cris, nunca fiz pão de milho, como é muito vulgar por aqui encontra-se facilmente, penso que um dia vi uma receita na Cinara.
ResponderEliminarVou pesquisar e depois digo.
Beijocas
Marizé, mas essa pedra da receita, e pedra de verdade mesmo??? qualeur tipo de pedra???
ResponderEliminarFiquei um tanto qto curiosa com essa receita!!! Adore receita com origem!!!!
Bjundas
Com tudo o que é de direito!!! :P
ResponderEliminarbj
Marizé, a história da sopa de pedra é muito legal! a sua sopa está divina, adorei seu modo de fazer. beijo!
ResponderEliminarHá tanto tempo que não passo por aí para me deliciar com uma.Já há muito levaram-me a um restaurante . Gostei bastante. Na altura sabia o nome mas agora já me escapou.Passando a publicidade, qual o melhor para a comer?
ResponderEliminarboa semana
Turbulenta minha amiga, como deves calcular não posso enumerar nenhum aqui neste espaço, mas posso dizer-lhe por e-mail, tenho todo o gosto, mas com a condição de me avisar e vamos juntas. OK?
ResponderEliminarBeijocas
E eu que gosto de tudo o que é sopas e cremes... que fomecas =P
ResponderEliminarBeijinhos
Marizé, tenho que te dizer que não gosto muito feijões, no geral, de leguminosos. Uma vez disse à Cinara que talvez não tenha experimentado O Sr.Feijão, gostoso!
ResponderEliminarPosso dizer que a foto ficou por demais apetitosa, e pena que estou longe, senão iria contigo e com a Ana comer in loco! Quem sabe a birra passava...
Beijinhos,
Essa sopa é maravilhosa e uma autêntica refeição!
ResponderEliminarQuerida amiga eu gostava de comer uma sopinha de pedra pois ainda nunca comi manda uma para mim.um beijo Natércia...
ResponderEliminarNão como sopa de pedra em Almeirim desde miuda, quando o meu pai e o meu tio nos levavam de propósito só para comer este manjar dos deuses...
ResponderEliminarSerá que é desta que vou fazer? Acho que sim, não dá para resistir à belissima foto...
beijinhos.
Querida Marizé
ResponderEliminarAi,que saudades do sopa da pedra de Almeirim.
Durante muitos e muitos anos,iamos lá muitas vezes ao tal restaurante que fala,pois meus pais conhecem os proprietários.Sempre fomos fieis a eles.Aliás há muita imitação de sopa da pedra,mas para se comer a verdadeira tem-se que ir a Almeirim,mas não é todos os retaurantes que a sabem fazer.
Um prato dessa sopa é uma refeição completa,só de pensar nos enchidos que leva...ai,Jesus...até me salivo toda...rssss
Bjs
Marizé tambem conheço a sopa e fui saboria-la no restaurante aí em Almerim ao pé da praça de touros não posso dizer mais e realmente estava uma delicia o que não gostei foi do tempo de espera no dito (2 horas)
ResponderEliminarOlá Marizé,
ResponderEliminarTenho imensas saudades da sopa da pedra de Almeirim e também de Almeirim. Vivi durante algum tempo em Santarém e fui várias vezes a Almeirim comer a sopa da pedra. Uma delícia! Vives numa bela região.
Beijinhos
Que bela sopa. Adoro.
ResponderEliminarAdoro sopa de pedra, mas nunca fiz.
ResponderEliminarJá "guardei" a receita para me aventurar.
E já comia um pouco que a hora de almoço aproxima-se...
marizé, eu adoro sopa, e essa sua está demais!!!!
ResponderEliminarbjos
Essa sopa tem mesmo um aspecto fabuloso. Parabéns! Bjs!
ResponderEliminarMarizé que delícia de prato! e a tua louça também é linda.
ResponderEliminarnunca tinha visto uma receita de sopa de pedra, ja ouvi falar, é curioso ! E deve ser deliciosa, adorei a tua louça ! bjs
ResponderEliminarMarizé, nota-se que essa sopinha tem truques de quem a aprendeu no sítio certo! A textura, a cor!
ResponderEliminarCom uma "caralhota" e um tinto dos nossos, uiii!
esta sopa � uma delicia...e s� se come mesmo bnem a sopinha da pedar em almeirim mesmo...........qualquer vou a� a almeirim............bjokas minha querida
ResponderEliminarOlá, já que é de Almeirim, pode-me ajudar na escolha de um restaurante aí para comer no sábado uma boa sopa da pedra, com um preço acessível.
ResponderEliminarObrigada. Sílvia
Silvia: faculte-me o seu endereço de mail para eu lhe poder responder.
ResponderEliminarNão o vou fazer aqui pois não quero prejudicar nenhum restaurante, e como os conheço a todos.... percebe?!
me diga miga a pedra tambem se come......
ResponderEliminarAnónimo: Se conseguir... :-)
ResponderEliminarAgora a sério: não, não se come. A pedra faz parte da lenda que envolve esta sopa.
Minha mãe(portuguesa) há mais ou menos 50 anos atrás, fazia a "tal" sopa de pedra. Quando ela dizia....hoje vamos comer sopa de pedra. Eu e minha irmã falavamos que era "sopa de entulho". Hoje, com toda essa informação sobre o assunto, fico encantada. Agora com a receita, vou fazer na primeira oportunidade. Se um dia tiver oportunidade de ir à Portugal, com certeza vou provar a "SOPA DE PEDRA" feita lá em Almeirim.
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