sexta-feira, 30 de maio de 2008

Tiramisu

Sobejamente conhecido e apreciado, este é mais uma daquelas receitas que eu em criança almejava provar.
Todos conhecem, todos já provaram, quase todos já fizeram, mas de qualquer forma aqui fica a receita que costumo fazer para conhecimento de gerações futuras, porque acredito que um dia seja mais fácil ver a minha filha ou futuros netos, a ler o meu blog do que a procurar nos cadernos onde também escrevo as receitas que gosto.
“Puxa por mim!” È um dos significados de tiramisu, e um dos doces mais populares da gastronomia italiana, por ser tão conhecido existem variadas receitas e versões a partir da base: bolo / mascapone. Esta receita foi a primeira que fiz, gostamos tanto dela que nunca a modifiquei, quer dizer… as especiarias não estavam no original, mas vocês conhecem-me e por isso perdoam-me, certo?

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Usei:

3 ovos
6 c sopa de açúcar
250g de queijo mascapone
1 pitada de sal
3 dl de café forte
5 c sopa de rum escuro
1 pau de canela
1 vagem de cardamomo verde
200g de palitos de rainha
cacau em pó para polvilhar

Fiz assim:

Prepare o café, junte o rum, o pau de canela e a vagem de cardamomo, e deixe em infusão.
Bata as gemas com o açúcar até ficar um creme fofo e esbranquiçado.
Junte o queijo e envolva bem.
È importante bater bem as gemas para que o creme não fique granuloso devido ao açúcar.
Bata as claras em castelo firme com uma pitada de sal, e incorpore delicadamente no creme de queijo.
Prepare o recipiente onde vai servir o doce, (podem ser individuais).
Vá molhando os palitos no café e disponha no fundo, por cima deite o creme de queijo.
Vá fazendo camadas alternadas, ou pode só colocar os biscoitos ensopados no fundo com o creme por cima.
Guarde no frigorífico.
Antes de servir polvilhe com cacau em pó.

Notas:

Não há necessidade de adoçar o café, pois os palitos são cobertos com açúcar.
Pode não aromatizar o café com as especiarias, ou trocar por outras a gosto. Na minha opinião a canela e o cardamomo são as que melhor ligam com o sabor do café.
Tente não substituir o cacau por chocolate, pois o contraste doce amargo é uma das coisas que melhora esta sobremesa.
Palitos de rainha = palitos de la reine ou de champanhe.


quarta-feira, 28 de maio de 2008

Frango estufado sing sing

Se eu vos disse-se que este prato é basicamente frango estufado com legumes?
O nome é estranho, visto Sing-Sing ser uma prisão de segurança máxima nos EUA, não encontrei qualquer explicação para esse facto, quem sabe se este foi o prato pedido por algum condenado como sua última refeição?!
A inovação é o facto de levar uma crosta de massa folhada que retêm os sucos enaltecendo os sabores e conferindo-lhe um aspecto original.
Fiz este prato para um jantar de família e foi sucesso absoluto.
E sabem que mais? È um prato que rende que se farta, e já vem com acompanhamento.

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Usei:

600g de frango em pedaços
50g de bacon em cubos
1 c sopa de banha
1 c chá de azeite
1 dl de vinho branco
½ dl de conhaque
Sal & pimenta
Legumes cozidos a gosto
(cebolinhas pérola, cenouras baby, couves Bruxelas, feijão verde, ervilhas)
1 placa de massa folhada

Fiz assim:

Coza os legumes, de preferência em vapor, e reserve.
Frita-se o bacon, junta-se a banha e o azeite e salteiam-se os pedaços de frango até ficarem bem dourados.
Rega-se com o vinho e com o conhaque, polvilha-se com pimenta moída na hora e um pouco de sal.
Ferve em lume esperto uns minutos, e depois reduza o lume, tape e deixe estufar até apurar o molho.
(Esta parte pode ser feita na panela de cozedura lenta. Depois de ferver em lume esperto, transfira para a PCL e deixe em temperatura alta durante 4h).
Deite metade do frango numa tarteira funda ou pirex, por cima disponha os legumes cozidos, e por cima deste o restante frango.
Tape com a massa folhada, prendendo bem as bordas, faça uns furos ou cortes para evaporação dos vapores, e leve ao forno até dourar a crosta.

Notas:

Para uma apresentação mais requintada pode cortar a massa em tiras, e depois dispor por cima em forma de grelha, dando assim um efeito de cesto.
Pode também usar um mix de legumes ultra congelados.
Opcionalmente o frango pode ser desossado antes de colocar no forno.
Se sobrar frango e legumes, use para fazer esta
tarte.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Gratinado de batata e cenoura

A imaginação nos acompanhamentos é muita das vezes um problema maior do que o que fazer. Por exemplo. Batatas: cozidas ou fritas. Arroz: branco ou com legumes, e aí por diante.
Este acompanhamento usa dois ingredientes que temos sempre em casa, as batatas e as cenouras, no entanto é muito diferente e delicioso.
Pode também servir como acompanhamento de leguminosas para uma dieta ovo-lacto-vegetariana.
Nós por cá gostamos muito, e fica uma delícia mesmo no dia seguinte.

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Usei:

6 Ovos
2 dl de natas ou iogurte natural
2 dl de leite
sal
pimenta moída na hora
noz-moscada ralada
600g de batatas
2 cenouras
manteiga para untar
Mozarella em fios para polvilhar

Fiz assim:

Bater os ovos com as natas / iogurte e o leite.
Temperar de sal, pimenta e noz-moscada.
Descascar as batatas e as cenouras, e ralar no ralador grosso.
Juntar os legumes com o creme de ovos.
Untar um recipiente de louça ou pirex com a manteiga, e deitar dentro o preparado.
Alisar a superfície e polvilhar com o queijo.
Levar ao forno pré aquecido a 180º durante mais ou menos 45 minutos.

Notas:

Este gratinado pode ser feito em formato individual nos ramequins ou cocotes, neste caso reduza o tempo de cozedura.
Também pode ser feito com outros legumes de raiz.
Substitua a noz-moscada por mace (macis ou flor de noz moscada) e junte 1 c chá de canela.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Tarteletes de arroz doce

Apeteceu-me dar uma nova imagem ao mais português dos doces.
Que me perdoem os defensores das tradições, mas criar dá prazer e nem sempre se cria a partir do zero, encarem esta sugestão como um “arranjo” onde o essencial é mantido mas com um toque de novidade, uma fusão entre o antigo e o actual.
O resultado agradou ao paladar e à vista, e a mim deu-me imenso prazer confeccionar esta sobremesa.

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Usei:
Massa

150g de manteiga
80g de açúcar
1 Ovo
1 Pitada de sal
250g de farinha

Recheio

100g de arroz gomoso
100g de açúcar
2 dl de água
7,5 dl de leite
1 tira de casca de limão (amarelo)
1 pau de canela
1 pitada de sal
1 gema de ovo
canela para polvilhar

Fiz assim:

Prepare a massa areada, batendo o açúcar com a manteiga até ficar cremoso, junte o ovo e continue a bater.
Coloque a farinha na bancada e faça uma cova no meio.
Deite aí o sal e o creme de manteiga. Amasse até ficar bem ligado.
Forme uma bola, envolva com película e deixe repousar 30 minutos.
Estenda com o rolo e forre as formas. Pique com um garfo, cubra com papel de alumínio e coloque algo a fazer peso. Eu uso pequenos seixos como as pedras de aquário, e há quem use leguminosas secas.
Leve ao forno pré aquecido até ficarem douradas.

Leve o arroz ao lume com a água, o sal, a casca de limão e a canela.
Retire uma chávena ao total do leite, e leve o restante ao lume.
Mexa o arroz de vez em quando, quando tiver absorvido a água deite um pouco de leite quente, vá mexendo e deitando o leite. Quando tiver absorvido quase tudo, junte o açúcar e continue a mexer até retomar fervura. Retire do lume e deixe amornar.
Desfaça a gema do ovo no leite reservado e junte ao arroz. Mexa bem para não talhar e leve de novo ao lume até que comece a querer ferver. Retire do lume e distribua pelas formas.
Polvilhe de canela em pó.

Notas:

Para obter uma cremosidade extra faça o seguinte: antes de distribuir o arroz pelas taças ou neste caso, as tarteletes, retire uma concha do mesmo e desfaça na picadora ou processador, depois incorpore cuidadosamente no restante arroz.
O arroz normalmente usado é o Carolino, mas pode ser usado qualquer outro arroz de grão curto e rico em amido.
Conheça os segredos da massa areada.



quarta-feira, 21 de maio de 2008

Creme aveludado de couve flor

Poderia começar por vos dizer que por aqui a Primavera anda tímida e a chuva e o frio ainda fazem parte do dia a dia para justificar esta sopa, mas na verdade é que eu gosto muito de sopa, é a minha entrada de eleição para uma refeição mais elaborada, ou um prato único de uma refeição ligeira.
Este creme é delicioso mas nada fotogénico, pois a sua cor pálida não se deixa captar nem com luz nem sem luz.
Fica no entanto o meu testemunho escrito de que é veludo que acaricia as papilas gustativas.


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1 Couve-flor pequena
1 Courgete
1 Cebola média
1,5 l de caldo a gosto (usei de aves)
1 dl de leite
2 c sopa manteiga
1 c sopa de farinha
1 gema de ovo
sal
quadrados de pão torrado e ovo cozido para servir

Fiz assim:

Ferve-se a couve em água temperada de sal durante 5 minutos, escorre-se e substitui-se por parte do caldo a ferver.
Junta-se a cebola em pedaços e a courgete descascada e também em pedaços.
À parte derrete-se a manteiga, junta-se a farinha mexendo para ligar. Adiciona-se um pouco de caldo quente até fazer um creme fluido que se deita na panela onde estão os legumes, perfazendo assim a totalidade do caldo pedido na receita.
Deixa-se ferver em lume brando até a couve estar cozida.
Retira-se do lume e passa-se com a varinha mágica ou tritura-se no copo liquidificador, reservando uns raminhos para decorar.
Liga-se com a gema e o leite, e volta ao lume mexendo sempre só até querer levantar fervura, rectifica-se de sal, e serve-se decorado com os raminhos de couve, os croutons e o ovo cozido à parte.

Nota:

Aproveite o pão endurecido para fazer os croutons.
Corte quadradinhos de pão e leve em tabuleiro ao grill do forno.

Opcionalmente pode salpicar com azeite, ervas aromáticas e flor de sal.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Quinoa com especiarias

A minha curiosidade ás vezes irrita-me!
Se me aparece algum ingrediente desconhecido não descanso enquanto não fico a saber mais, como usar, quais os benefícios e principalmente ao que é que sabe. Enfim, quero saber tudo, depois sim posso dizer com toda a convicção se gosto muito ou gosto pouco.

Desta vez gostei muito.
Hoje apresento-vos a quinoa. A receita é da Saberes & sabores que lhe chama o grão de ouro.
Repararam? Quinoa com especiarias!

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Usei:

½ Cebola
2 Dentes de alho
1 Alho francês
1 Malagueta vermelha grande
¼ de pimento vermelho
1 chávena de ervilhas
1 chávena de quinoa
350 ml de água
1 c café gengibre moído
1 c café de cominhos moídos
1 c café de coentros moídos
1 c café de curcuma ralada (açafrão das índias)
1 c chá de canela em pó
1 fio de azeite
sal
coentros picados

Fiz assim:

Piquei os alhos, a cebola, o alho francês e a malagueta.
No wok aqueci o azeite e juntei os legumes até amolecerem.
Juntei as especiarias e deixei libertar o aroma, mais ou menos 2 minutos.
Lavei e escorri a quinoa num passador sobre água corrente, e juntei aos legumes. Adicionei também as ervilhas e o pimento cortado em tiras muito finas.
Cobri com a água, tapei o wok e deixei cozinhar em lume brando durante 15 minutos, ou até a quinoa absorver a água.
Perfumei com os coentros picados, envolvi com um garfo de madeira, e depois foi só degustar como acompanhamento de carnes ou simplesmente como refeição ligeira.

Notas:

Proveniente da América central, a quinoa era considerada um alimento sagrado.
Rica em proteínas, equilibrada em aminoácidos essenciais o seu sabor assemelha-se ao da avelã. Quase que se pode considerar uma proteína completa. De digestão fácil, é uma boa fonte de fibras, minerais e vitaminas.
A NASA incluiu a quinoa na dieta dos astronautas.


sexta-feira, 16 de maio de 2008

Iogurte gelado de banana e mel

Saudável, delicioso e para saborear sem sentimentos de culpa.
O que mais se pode exigir de uma sobremesa? Ah… fácil de fazer, também é importante.
Este gelado é tudo isso. Nós cá em casa gostamos de bananas da Madeira, daquelas doces e pequeninas, se usar bananas grandes reduza a quantidade para uma.
No final polvilhei com nozes picadas e um pouco de canela em pó, mas poderá apenas servir simples ou com um fio de mel.

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Usei:

2 Iogurtes naturais (125g cada um)
2 Bananas da Madeira
4 c sopa de mel
Sumo de ½ limão (amarelo)
nozes picadas grosseiramente e canela em pó para servir

Fiz assim:

Misturar o iogurte com o mel e o sumo de limão.
Esmagar as bananas com um garfo, e misturar com o iogurte.
Se tiver sorveteira, deite nela o preparado até ficar gelado e cremoso.
No congelador
: Deite o preparado numa caixa com tampa, coloque no congelador.
Passada uma hora retire e mexa vigorosamente para quebrar os cristais de gelo.
Volte a colocar no congelador e a repetir o procedimento quantas vezes forem necessárias até o gelado solidificar de forma a ficar cremoso.
Molde bolas e polvilhe com nozes picadas grosseiramente.
Opcionalmente poderá polvilhar com canela e / ou regar com um fio de mel.

Notas:

Há quem use fazer o gelado com uma clara de ovo batida em castelo, para assim conferir leveza.
Se o fizer, incorpore-a a seguir à primeira congelação.
Rende 4 doses.


quarta-feira, 14 de maio de 2008

Caldo de poejos com ovos escalfados

Fiz este caldo no jantar do meu aniversário, a apresentação não é bonita, mas o sabor é muito do meu agrado, talvez devido ás minhas origens ou pelo carinho que tenho ao que é tradicional português.
A gastronomia alentejana reflecte as dificuldades de outros tempos, a ausência de ingredientes e especiarias é muito bem compensada pelos sabores da terra vindos das ervas aromáticas como neste caso o poejo.

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Usei:

100 g de toucinho entremeado salgado (ou bacon)
2 colheres de sopa de banha
1 cebola
1 dente de alho
1 molho grande de poejos
1 folha de louro
sal
pimenta
200 g de pão de 2.ª duro
4 ovos

Fiz assim:

Cortei o toucinho em tirinhas e fritei-o sobre lume brando com a banha.
Juntei a cebola picada e o alho esmagado e deixei refogar um pouco. Juntei os poejos em raminhos e o louro. Deixei estalar durante cerca de 2 minutos. Reguei com a água suficiente e temperei com sal (atenção ao sal do toucinho), deixei ferver tapado durante cerca de 30 minutos.
Entretanto, cortei o pão em fatias e coloquei numa terrina.
Escalfei os ovos no caldo da sopa, e coloquei-os na terrina sobre o pão.
Reguei com o caldo, deixei abafar durante 5 minutos e servi.

Notas:

Pode ser acompanhada com queijinhos frescos.
Esta sopa faz-se também com a gordura resultante de fritar o toucinho de porco e temperada com massa de pimentão em vez de banha simples.
A essa gordura dão os alentejanos o nome de banha corada.


terça-feira, 13 de maio de 2008

Molho béchamel

O molho béchamel a que decididamente está ligada grande parte da moderna culinária, foi criado em França no séc. XVII pelo marquês de Noitel - de seu nome Louis de Béchamel - gastronomo e financeiro que fez fortuna atravéz das eferfescências politicas da Fronde contra Mazarim e Ana de Austria, acabou por ser maitre d'hotel de Luis XIV e morreu velhissimo em 1703, não se sabe se por indigestão com o molho que o imortalizou...

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Usa-se:

40g de manteiga

30g de farinha

1/2 l de leite

Sal & pimenta

Noz-moscada (opcional)

Faz-se:

Derrete-se a manteiga em lume brando, incorpora-se-lhe a farinha e adiciona-se o leite quente, mexendo continuamente até levantar fervura.

Deixa-se fervilhar 10 minutos em lume muito brando para cozer a farinha, retira-se do lume e tempera-se.

Como base para outros molhos, deita-se mais leite para ficar fluido, e como base para recheios, leva pouco leite para ficar espesso.

O béchamel entra em numerosas composições culinárias, e também acompanha peixe e legumes cozidos.

Notas:

Molho branco: Substitui-se o leite pelo caldo de base da receita.

Peixe e marisco são os mais usuais.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Arroz de tamboril com ameijoas

Podia chamar-se risotto de tamboril com amêijoas, mas arroz de peixe sempre foi um prato único, pelo menos aqui em minha casa. Foi um dos primeiros pratos de comida sólida na alimentação da minha “piolha” e ainda hoje é dos seus pratos preferidos.
Qualquer peixe de carne branca e firme, serve para este prato, o arroz que usei foi o carnolli, mas qualquer arroz de grão curto poderá ser usado, arborio, carolino e vialone.

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Usei:

500g de lombos de tamboril
250g de miolo de amêijoas
1 Chávena de arroz de grão curto
1 Cebola
1 Alho francês
½ Pimento vermelho
1 Malagueta vermelha grande
1 Ramo de salsa
Pimenta preta em grão
250 ml de vinho branco
1 c sopa de manteiga
1 Fio de azeite
Sal
Água

Fiz assim:

Levei o peixe ao lume numa panela com água temperada com sal, pimenta, metade da cebola, metade do ramo de salsa, o alho francês, (parte branca e verde), o pimento e metade do vinho. Depois de levantar fervura deixar ferver uns minutos, juntar as amêijoas e quando retomar a fervura esperar 5 minutos, apagar o fogão, tapar a panela e deixar repousar um pouco.
Retire o peixe e o marisco, coe o caldo e reserve. Retire a pele e espinhas ao peixe e corte em cubos.
Pique a cebola e refogue no azeite. Quando a cebola murchar junte a malagueta sem sementes e picada.
Junte depois o arroz e vá mexendo até ficar translúcido.
Refresque com o restante vinho e deixe evaporar. Vai-se juntando conchas de caldo, mexendo sempre o arroz, seguindo a técnica do risotto. Perto do final junta-se o peixe e o marisco e envolve-se. Rectifique o sal.
Quando o arroz estiver cozido, (mais ou menos 20 minutos), polvilha-se com a restante salsa picada e serve-se de imediato.

Notas:

È chamado de risotto qualquer prato de arroz que seja prato único. Na gastronomia portuguesa há muitos pratos assim, o arroz de marisco, de polvo, de pato, de galinha ou de peixe entre outros. Tem a particularidade de ficarem cremosos graças ao amido do arroz, por cá diz-se que é um arroz “malandrinho”. È normalmente confeccionado com arroz carolino, uma variedade de arroz bem português. Conforme foi dito em cima, qualquer uma das variedades especiais para risotto serão indicadas para a confecção destes pratos.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Mousse de chocolate com coentros e noz-moscada

A tentação surge de todos os lados, e quando menos esperamos.
Há algum tempo atrás o meu irmão falava-me de um Petit gateau de chocolate com coentros, depois foi a
Cris que me tentou com um chocolate temperado.
Eu fui tentando controlar-me e estava a conseguir, mas eis que a maldita televisão me atinge com um golpe certeiro de publicidade a um gelado de chocolate com chilli.
Sucumbi! Corri para a cozinha e saiu esta perdição dos sentidos do olfacto e paladar.
Incrédulos? Só provando é que se poderão converter.

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Usei:

8 Ovos
200 g de chocolate com 70% cacau
85g manteiga sem sal
150 g de açúcar branco fino
50g de açúcar em pó
1 pitada de sal
½ c chá de noz-moscada ralada na hora
½ c chá de sementes de coentro moídas na hora
Canela em pó para polvilhar

Fiz assim:

Derrete-se o chocolate e a manteiga em banho-maria. Retira-se, e deixa-se amornar.
Separam-se as gemas das claras.
Colocam-se as gemas numa tigela resistente ao calor e sobre a água quente do banho-maria.
Junta-se o açúcar e bate-se bem, sempre sobre o calor até ficar uma mistura cremosa e fofa. Retire a tigela do calor e bata mais um pouco até amornar.
Junta-se uma colher de chocolate e mistura-se, junta-se depois o restante chocolate e envolve-se bem.
Tempere com as especiarias, e misture.
Bata as claras com o sal, e quando começarem a subir, junte o açúcar em pó em chuva e de uma só vez. Continue a bater até ficarem firmes.
Junte uma colher de claras à mistura de chocolate, e envolva cuidadosamente com uma espátula de borracha ou silicone. Vai-se envolvendo a pouco e pouco até esgotar as claras.
Deita-se em taças individuais ou em taça grande, e vai ao frigorífico até fixar.
Serve-se polvilhado com canela em pó.

Notas:

Use a sua receita de mousse, e simplesmente tempere com a sua especiaria preferida.
Na minha opinião a noz-moscada ou a macis (mace ou flor de noz moscada) é das que melhor realçam o chocolate.
Ouse polvilhar noz-moscada na sua chávena de capuccino e delicie-se!


quarta-feira, 7 de maio de 2008

Fritas lêvedas

Aprendi a fazer estes bolinhos de bacalhau na véspera de Natal pelas mãos da Dª Mabilde uma senhora transmontana e cozinheira de mão cheia.
A Dª Mabilde esteve todo o dia na cozinha sempre com boa disposição, e a tudo dizia que sim que se fazia, sem nunca se atrapalhar ou reclamar.
Fazem lembrar as pataniscas de bacalhau mas como se diz em Trás-os-montes, “para cá do Marão, mandam os que cá estão”.
Estes bolinhos típicos podem ser feitos sem a massa levedar, foi assim que os provei nessa ocasião, de uma maneira ou de outra são uma delícia.

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Usei:

1 Lombo de bacalhau
300g de farinha sem fermento
10g fermento fresco
Agua da cozedura do bacalhau
2 ou 3 ovos
1 ramo de salsa
Sal & pimenta
Azeite e óleo para fritar

Fiz assim:

Cozi o bacalhau. Escorri e reservei parte da água da cozedura.
Desfiz o fermento num pouco da água da cozedura ainda morna, e deixei em repouso enquanto retirei a pele e a espinha do bacalhau, desfazendo-o em lascas não muito pequenas, pois com o amassar este irá desfazer-se por si.
Peneirei a farinha para dentro de uma tigela, e no centro coloquei a mistura de fermento, os ovos e um pouco de sal e pimenta preta de moinho. Misturei com um pouco de farinha que ia “puxando” dos lados. Junta-se o bacalhau e a salsa picada e mais água da cozedura ao ponto de formar uma massa pouco densa, ou seja, a massa não deve ficar compacta como uma bola mas sim um polme grosso para ser frito ás colheradas.
Tapei a tigela com película, e deixei levedar mais ou menos 40 minutos.
Numa frigideira funda, aqueci uma mistura de azeite e óleo e fritei colheradas de massa.
Escorre-se sobre papel absorvente, e serve-se.

Notas:

Os bolinhos feitos com massa lêveda ficam com a consistência de pãezinhos e podem ser consumidos quentes ou frios.
Se os fizer sem levedar, substitua o fermento fresco por fermento químico para bolos ou use farinha com fermento.
Pode aproveitar sobras de bacalhau para fazer as fritas.
Podem ser fritos apenas em óleo, mas fritos em azeite ou numa mistura de óleo e azeite, ficam bem mais saborosos.

P.S. Continuarei ausente até Segunda Feira, mas tentarei responder a todos os mails logo que possível.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Batatinhas sauté em gordura de pato

No Ribatejo, as batatas são o acompanhamento de eleição. Tradicionalmente há um prato que se chama batatas de rebolão, por aqui, e na boca do povo chamam-lhe apenas “batatas de rebola”, e tudo vai com as tais.
E porquê falar de um acompanhamento tipicamente ribatejano como introdução a uma receita da culinária francesa? Porque tal como as “batatas de rebola” estas também vão bem com tudo.
Esta receita só foi possível graças à minha amiga
Pipoka, que me presenteou com a gordura de pato.
Embora eu saiba que “cortas” nas gorduras amimais, um dia não são dias, e pode ser que esta delicia te convença.

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Usei:

800g de batatinhas brancas novas
2 hastes de alecrim fresco picado
8 dentes de alho com casca e esborrachados com a lamina da faca
4 c sopa de gordura de pato
2 c sopa de azeite virgem
sal & pimenta

Fiz assim:

Coloque as batatas ao lume brando logo na água ainda fria, e deixe cozer mas de maneira a ficarem firmes.
Escorra e mergulhe em água fria. Volte a escorrer quando arrefecerem, e enxugue com um pano limpo e seco.
Se forem pequeninas deixe inteiras, senão, corte em metades e reserve.
Leve ao lume uma frigideira anti aderente ou wok com o azeite e a gordura de pato.
Quando a gordura fundir, coloque as batatas e salteie até começar a dourar, tempere com pimenta preta acabada de moer, polvilhe com flor de sal e com o alecrim. Deixe dourar, e sirva imediatamente.

Notas:

Pode substituir a gordura de pato por banha de porco ou manteiga.
Gordura de pato
Flor de sal
Vejam esta receita da Elvira também de batatas com gordura de pato.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Tarte de pêssego com cardamomo

Não tenho palavras para vos poder descrever esta delícia.
Tudo começou quando o
Eduardo falava no seu Da cachaça pró vinho, de uns pratos bem aromáticos onde as especiarias sobressaíam dando um toque de sedução. È isso mesmo sedução!
Claro que aqui a “freak” das especiarias ia comentando os posts com água na boca. Então o Eduardo, amável como sempre, me enviou o livro de onde tirava essas receitas, trata-se de uma publicação de parceria entre a revista Gula e o Boticário, de onde constam receitas para namorar.
Digo-vos que não deu muito tempo para namorar esta tarte, pois é simplesmente de outro mundo, acreditem que não estou a exagerar.
Obrigada pelo “Xerox” Eduardo.

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Usei:

Massa

3 Chávenas de farinha
5 c sopa de açúcar
½ c chá de sal
85g de manteiga gelada (6 c sopa)
50g de margarina gelada (1/4 chávena)
200 ml de natas (3/4 de chávena)

Recheio

1 + ½ chávena de açúcar
¼ chávena de farinha
Sumo de ½ limão (amarelo)
1 c chá de canela em pó
sementes moídas de 1 vagem de cardamomo
500g de pêssegos (3 grandes ou 4 pequenos)
2 c sopa de manteiga cortada em pedacinhos
1 gema para pincelar
Açúcar e canela para polvilhar

Fiz assim:

Numa tigela misture a farinha, o açúcar e o sal.
Junte as gorduras e misture com os dedos até ficar com uma consistência de crumble.
Junte as natas, e amasse até ter uma massa homogénea.
Faça uma bola, envolva em película e reserve no frigorífico durante 1 hora.

Faça um golpe em forma de cruz na pele dos pêssegos e escalde-os em água a ferver durante um minuto, escorra e mergulhe imediatamente em água gelada.
Numa tigela misture o açúcar, a farinha, o sumo de limão, a canela e o cardamomo.
Retire a pele aos pêssegos, corte ao meio, retire os caroços e a seguir corte em meias luas.
Coloque os pêssegos na mistura de açúcar e envolva delicadamente.
Deixe repousar até a fruta começar a verter os sucos. (o tempo de estender a massa).
Ligue o forno a 200º.

Divida a massa para formar a base e a tampa.
Estenda com o rolo em superfície enfarinhada, e com a parte maior forre uma tarteira deixando a massa ultrapassar as bordas.
Coloque dentro o recheio de pêssegos. Por cima disponha os pedaços de manteiga.
Estenda a parte menor da massa e coloque por cima tapando o recheio, Acerte as bordas apertando com os dedos para colar a massa.
Pincele com a gema, polvilhe com a mistura de açúcar e canela, e faça uns cortes para deixar escapar o vapor.
Leve ao durante mais ou menos 50m, ou até o recheio começar a borbulhar.
Se o topo começar a tostar passe para a grelha de baixo e tape com folha de alumínio.

Notas:

Não coloquei a manteiga sobre o recheio de pêssego, e no final não pincelei com a gema, apenas polvilhei ligeiramente com uma mistura de açúcar e canela.
Se pensar em usar pêssegos em calda, ignore a cozedura e reduza a quantidade de açúcar.


P.S. Estarei ausente durante uns dias devido a compromissos pessoais e profissionais, no entanto manterei as publicações programadas. Bons cozinhados!