sexta-feira, 29 de maio de 2009

Charlotte de pessego


A minha amiga Zázá é uma doceira de mão cheia. Nascida e criada em França ficou-lhe gravado nos genes o gosto pela doçaria.
A charlotte é uma das suas especialidades, ela faz charlotte de tudo e mais alguma coisa, um dia prometeu-me uma mega charlotte de chocolate que eu ainda estou à espera de provar, é que entretanto a Zázá mudou-se e os seus doces deixaram de estar ao meu alcance.
Num destes dias a braços com a tarefa de fazer a sobremesa para um almoço de família, e fazendo um sol radiante, lembrei-me da charlotte e da Zázá, fazendo uso da memória pelo que vi e ouvi da minha amiga surgiu esta sobremesa que foi muito elogiada pelos comensais.




Usei:

6 Pêssegos maduros mas firmes
2 c chá de gelatina neutra granulada
200g de mascapone
200ml de natas
300g de palitos la reine
3 c sopa de açúcar em pó

(xarope)
2 Chávenas de água
1 Chávena de açúcar
1 c chá de vagens de cardamomo

Fiz assim:

Comece por preparar o xarope, levando ao lume todos os ingredientes até reduzir e ficar com uma consistência xaroposa. Reserve.
Descasque e retire o caroço aos pêssegos, reduza a puré 4 deles e os restantes corte em lâminas. Reserve.
Molhe os palitos no xarope e forre o interior de um aro sobre um prato de servir, forre também o fundo, (pode usar as pontas dos biscoitos se eventualmente tiver de os cortar à medida da altura do aro).
Hidrate a gelatina em 3 c sopa de água. Reserve.
Bata as natas com o açúcar em pó até levantarem, junte o mascapone e bata mais um pouco. Misture o puré de pêssego.
Leve a gelatina ao microondas durante uns segundos e adicione ao creme misturando muito bem.
Deite metade do creme dentro do aro forrado com os biscoitos, alise e por cima distribua 2/3 do pêssego em lâminas. Cubra com o restante creme e por fim decore o topo com o restante pêssego.
Leve ao frigorífico e deixe fixar durante umas horas.
Sirva bem fresco.

Notas:

Este é um doce onde pode variar na fruta conforme a sua preferência.
Experimente com manga, maracujá, ananás, morango, ou outros sabores como o meu adorado chocolate.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Ciabatta

Este pão demorou ao todo 48 horas a ficar pronto e deixou-me os bíceps bem mais musculados. Chamem-me tonta mas vale a pena!
Sou uma apaixonada por fermento, farinha e água. Adoro ver o fermento crescer, fico feliz por poder amassar a massa, e reconfortada com o cheiro do pão fresco.
Em criança a minha avó ia chamar-me à cama ás 5 da manhã para a ajudar a amassar, é claro que eu não ajudava nada, ficava ali ao lado da minha avó horas esquecidas a imitar os gestos dela, e enquanto eu amassava uma bola de massa a minha avó trabalhava arduamente debruçada sobre um enorme alguidar de barro com massa suficiente para o pão de muitos dias.
Depois do pão amassado, levedado e tendido era ver a minha avó de tabuleiro à cabeça até ao forno da quinta onde se cozia o pão. E eu ia atrás a saltitar e já sem paciência para esperar pelo pão quente.
Usei:
(esponja)
150g de farinha
150g de farinha integral
180g de água
2g de fermento fresco

(pão)
450g de farinha
10g de fermento fresco
A esponja na totalidade
360g de água
50g de azeite
15g de sal

Fiz assim:

Esponja, ou massa madre:
Desfazer o fermento na água morna, adicionar à farinha, misturar bem.
Tape com película aderente e deixe repousar entre 17 a 24 horas.

Pão:
Coloque a farinha numa tigela bem grande, esfarele o fermento e junte à farinha como se estivesse a fazer crumble, junte a massa madre da mesma maneira e finalmente os líquidos.
Misture muito bem.
Passe a massa para a bancada sem a polvilhar embora a massa esteja bastante húmida e peganhenta. Amasse durante pelo menos 45 minutos, pegando na massa pelos lados e “dobrando-a” na sua direcção. A pouco e pouco a massa vai secando e está pronta quando despegar facilmente da bancada.
Unte a tigela com azeite e deite a massa para dentro. Tape com película e deixe repousar 1hora e meia.
Polvilhe a bancada com farinha e despeje a massa. Achate-a com as pontas dos dedos e retire 3 pedaços, com cada um dos pedaços forme um pão.
Forre um tabuleiro com um pano limpo e polvilhe o pano com sêmola, coloque os pães sobre o pano, polvilhe com mais sêmola e tape com outro pano.
Deixe repousar 45 a 60 minutos.
Pré aqueça o forno a 220º com um tabuleiro dentro, (o tabuleiro onde vai cozer o pão), quando estiver quente borrife o forno com água, polvilhe o tabuleiro com sêmola e coloque o pão fazendo-lhes uns cortes, volte a borrifar o forno assim que colocar o pão.
Deixe cozer durante 20 minutos.
Retire e deixe arrefecer.

Notas:


As farinhas classificam-se quanto ao grau de força, esse grau é medido pelo poder aglutinante.
As farinhas ideais para um bom pão caseiro são as farinhas fortes ou sejam as farinhas com elevada quantidade de glúten.
As farinhas que encontramos nos supermercados, (farinha 65 e 55), são farinhas com pouco glúten, por isso devemos adicionar um pouco de farinha integral para as fortalecer.
Há nas lojas de produtos dietéticos glúten em pó à venda, nesta receita adicionei ao total de farinha da esponja 1 c sopa de glúten.

Fonte: "Crust" de Richard Bertinet

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Bolo de pera roquefort e noz

Para mim é quase impossível sair de uma livraria sem um livro de culinária no saco.
Resultado: dezenas de livros, centenas de receitas e cada vez menos tempo para as colocar em prática. Mas no meio de tanta sugestão há sempre aquelas que nos cativam de tal forma que se torna urgente traze-las para a mesa, foi o caso deste bolo salgado.
Estava eu ainda com a memória bem presente do sabor incrível de uma salada de endívias, roquefort e peras degustada na companhia de boas amigas quando vi que este bolo fazia uso da mesma dupla: roquefort e pêra. Uma delicia!


Usei:

180g de farinha
1 c sopa de fermento
3 Ovos
100g de queijo gruyére ralado
1 dl de óleo de girassol (ou outro sem sabor)
2 c chá de óleo de noz
1 dl de leite
150g de queijo roquefort esfarelado grosseiramente
2 Peras em cubos
1oog de miolo de noz picado grosseiramente
Sal & pimenta

Fiz assim:

Pré aqueça o forno a 180º e prepare uma forma de bolo inglês, untando-a com manteiga e polvilhando de farinha.
Peneire a farinha com o fermento e reserve.
Bata os ovos com os óleos e o leite e tempere de sal e pimenta.
Verta a mistura de ovos na farinha e envolva, misture o gruyére e misture bem, de seguida junte o roquefort, as peras e o miolo de noz e misture muito bem até ter um preparado homogéneo.
Deite a massa na forma preparada e coloque no forno durante 50 minutos.
Verifique a cozedura, e deixe arrefecer completamente antes de desenformar.

Notas:

Experimente usar formas individuais de empada, ficam lindos e práticos numa mesa de festa.
Pode substituir o gruyére por parmesão ralado na hora.

“Sai daí Joe Black!!!”


Fonte: "Quiches, cakes & Compagnie" da: Mrabout

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Pannacota de baunilha com molho de expresso

Muita pannacotta tem passado por aqui! A verdade é que é um doce muito solicitado pela clientela do Tachos real, ou seja: a minha cozinha.
Esta em especial foi pedida pelo Gaston nestas férias de Páscoa, e claro que eu atendi à sua vontade e também me lambuzei.
È uma sobremesa que se presta a muitas variações de sabores, e de todas as que provei esta agradou-me especialmente pela singeleza da baunilha, sem duvida um clássico.

Usei:
(para 10)

350 ml de leite
400 ml de natas
½ Vagem de baunilha
100g de açúcar amarelo
2 c chá de gelatina neutra granulada

Para a guarnição de expresso:

3 c chá de açúcar amarelo
2 c chá de café expresso instantâneo em pó
½ c chá de gelatina granulada
200 ml de água

Fiz assim:

Retire 2 ou 3 c sopa de leite ao total da receita e hidrate a gelatina.
Abra a vagem de baunilha no sentido do comprimento e com o bico de uma faca raspe as sementes.
Num tacho, coloque o leite, as natas, a baunilha, (sementes e vagem) e o açúcar. Leve a lume brando mexendo ocasionalmente e quando começar a querer ferver retire do lume.
Leve a gelatina ao microondas durante uns segundos, e junte ao preparado de natas.
Leve de novo ao lume mexendo sempre e assim que voltar a querer ferver, retire e deixe em infusão até amornar.
Retire a vagem de baunilha e distribua a pannacotta pelas taças.
Guarde no frigorifico até começar a fixar, (+ ou – 1 hora).

Passado esse tempo prepare a guarnição:
Retire 2 c sopa de água e hidrate a gelatina.
Leve os restantes ingredientes ao lume até reduzir para metade, junte a gelatina depois de a levar ao microondas, retire do lume e deixe amornar.
Distribua sobre as taças de pannacotta e reserve no frigorífico até fixar completamente.

Notas:

Da próxima vez que fizer esta sobremesa experimentarei não gelificar a guarnição de expresso, penso que o xarope por si só resultaria muito bem.
Aproveite a vagem de baunilha para aromatizar açúcar ou para fazer extracto.

Adaptado da revista OLIVE Maio 09

quarta-feira, 20 de maio de 2009

4 por 6 - Frango à italiana

O menu do 4 por 6 desta semana foi jantar para 5 na passada Sexta feira, e foi um sucesso.
O frango continua a ser a minha opção mais confortável pois para além de ser económico é versátil e agrada a todos cá em casa.


Vamos então ao menu do dia.
Como prato principal um frango de inspiração italiana e acompanhado de um sempre bem vindo e tão popular puré de batata. Para sobremesa um clássico: morangos com natas batidas, que não tem foto por falta de lembrança, mas fica a sugestão e no final o orçamento.




Versão de impressão e arquivo





Usei:

1 Frango sem pele e em pedaços
780g de tomate pelado e picado
1 Cebola picada
2 Dentes de alho esmagados
1 Copo de vinho branco
Óleo de girassol q.b. (ou outro sem sabor)
Sal, pimenta e paprika doce
50 ml de natas
1 Haste de tomilho (ou outra erva fresca a gosto)

Fiz assim:

Prepare o frango retirando-lhe a pele e partindo em pedaços. Tempere de sal, pimenta e paprika.
Aqueça um pouco de óleo, (+ ou – 6 c sopa) e frite o frango até estar dourado.
Retire e coloque num recipiente de ir ao forno.
No mesmo óleo frite ligeiramente a cebola e o alho, até amolecer sem dourar.
Junte o tomate e deixe reduzir um pouco, refresque com o vinho e deite o tomilho, reduza o lume e deixe fervilhar durante 20 minutos.
Regue o frango com o molho de tomate, e por cima deste deite as natas.
Coloque no forno pré aquecido a 180º durante 30 minutos.

Entretanto prepare o puré de batata.
Coza as batatas em água e sal, escorra e esmague com um esmagador de batatas ou com o passe vite.
Deite a manteiga e mexa até fundir, volte a colocar o tacho no lume e vá deitando o leite aos poucos mexendo entre cada adição.
Tempere de pimenta e noz-moscada e rectifique o sal.

Para a sobremesa, bata as restantes natas e sirva com os morangos.




Quanto custou?





Dica de poupança:

Tape os tachos e panelas quando os coloca ao lume, desta forma os líquidos entram em ebulição mais depressa poupando energia e tempo.
Não deite fora a água de cozer batatas ou outros legumes, se não a puder usar imediatamente para servir de base a uma sopa, deixe arrefecer e use para regar as plantas, elas vão agradecer os nutrientes.




(Muito) Adaptado da revista OLIVE de Junho de 09

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Moelinhas de molho de tomate

Por imposição da minha vida profissional desde o início deste ano que não tenho horários e tenho passado longas temporadas fora de casa, por isso os cozinhados tem sido muito poucos e muitas das vezes que estou em casa só há tempo para um petisco.
E por falar em petisco trago-vos hoje umas moelinhas tão portuguesas e tão apreciadas nos meses de Verão que se aproxima com uma cervejola bem gelada a acompanhar.
Bom apetite!


Usei:

600g de moelas de galinha
1 Cerveja mini
1 Cebola picada
1 Fio de azeite
1 Chávena de molho de tomate
1 Folha de louro
1 Malagueta picada
Sal
Salsa picada para servir

Fiz assim:

Aqueça o azeite e deite a cebola e a malagueta, deixe refogar até a cebola amolecer.
Deite as moelas e mexendo sempre deixe tomar gosto, regue com o molho de tomate e deite a folha de louro, continue a mexer até reduzir um pouco.
Deite a cerveja, tempere de sal e deixe cozer lentamente em lume brando até as moelas estarem macias.
Se secar demais deite um pouco de água.
Sirva polvilhado de salsa picada.

Notas:

Esta receita é um clássico na preparação e nos ingredientes base do estufado, pode ser usado com carne de galinha ou com os famosos “pipis”.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Bolo molhado de maçã e caramelo

As sobremesas com maçã são sempre um sucesso, de facto a maçã é tão versátil que acredito estar sempre presente em qualquer cozinha, o que faz com que salte para a ribalta muitas e muitas vezes.
Este doce deixou-me de “queixo caído”, não se deixem enganar pela aparência feia porque o seu sabor e textura molhada e macia são uma festa para o palato.
Apenas uma chamada de atenção: Protejam o forno de possíveis transbordos de massa usando um recipiente com capacidade de 2 litros, e coloquem-no sobre um tabuleiro.


Usei:

5 Ou 6 maçãs
1 + 2/3 chávenas de farinha
2 c chá de fermento
250g de açúcar
200ml de leite
150g de manteiga sem sal derretida
2 Ovos batidos
1 Chávena de açúcar amarelo
½ Chávena de caramelo (pode ser de compra)
150 ml de água

Fiz assim:

Pincele com manteiga um prato fundo de forno ou um pirex, e polvilhe com açúcar.
Retire o caroço, descasque e corte em fatias as maçãs. Disponha-as no fundo do pirex e reserve.
Peneire a farinha com o fermento para dentro da tigela da batedeira, junte o açúcar, o leite, a manteiga e os ovos. Bata muito bem até obter uma mistura cremosa.
Espalhe esta massa sobre as maçãs.
Leve ao lume a água com o açúcar amarelo e o caramelo e deixe fervilhar um pouco em lume brando até o açúcar dissolver.
Regue cuidadosamente a massa com este xarope, e coloque no forno pré aquecido a 180º durante + ou – 50 minutos. Passados os primeiros 30 minutos tape com folha de alumínio para não queimar.
Deixe arrefecer completamente dentro do forno antes de servir.

Notas:

Esta sobremesa fica muito bem se servida com natas batidas ou gelado de baunilha.
E está no seu auge de sabor no dia seguinte, sugiro por isso que a prepare de véspera.

Ligeiramente adaptado de : “Cozinha para quem não tem tempo” de Mafalda Pinto Leite

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Caril de peixe

Há algum tempo e em jeito de brincadeira desafiei um amigo para uma competição gastronómica. Teimosos q.b. defendemos com unhas e dentes que o caril de cada um seria sem duvida melhor que o do outro.
Num belo dia lá surgiu a oportunidade de fazer um frango de caril e de o R. estar presente para jantar, se eu venci ou não a competição não sei, pois nunca provei o caril de frango do R. mas sei que ele gostou bastante do jantar nesse dia e que se intimidou com o leite de coco, hehe….
Este delicioso caril de peixe da
Pipoka arrebatou-me os sentidos, e no dia que o recriei aqui em casa agradou tanto que a história da competição veio à lembrança, claro que liguei logo para o meu amigo R. a fazer-lhe inveja, e o convite para vir jantar o caril de peixe ficou formalizado.


Usei:

500g de filete de perca em cubos
½ Pimento vermelho em tiras
2 c sopa de óleo de amendoim
2 c sopa de pasta verde de caril (Tailândia)
2 c sopa de molho de peixe
1 Chávena de caldo de peixe
1 + ½ Chávena de leite de coco
3 Folhas de lima kaffir
2 c sopa de açúcar de palma
Sumo de 1 lima
Coentros picados para servir

Fiz assim:

Aqueça o óleo no wok e junte a pasta de caril, deixe fritar para intensificar o aroma e sabor.
Junte o caldo de peixe, leite de coco, molho de peixe, o açúcar, as folhas de lima kaffir e o pimento, deixe fervilhar destapado durante 5 minutos para apurar.
Junte o peixe e o sumo de lima, e deixe cozer o peixe mas sem se desmanchar.
Rectifique o tempero e se precisar de sal junte mais um pouco de molho de peixe.
Sirva bem quente polvilhado de coentros.


Notas:

Usei perca por sugestão da autora da receita, mas confiram no Three fat ladies todas as possibilidades deste delicioso prato.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Codornizes fritas

Desde que me lembro de ser gente que este é um petisco muito comum em casa dos meus pais, havia em tempos na vila onde moro uma exploração de codornizes o que fazia com que o preço fosse acessível devido à fartura.
O meu irmão gosta muito de codornizes fritas e felizmente para ele a minha cunhada é mestra na sua confecção, na verdade eu desconfio que esse facto é mais uma prova de que a nossa “outra metade” existe, e no caso deles a felicidade de se encontrarem aconteceu.
Um beijo grande para os meus manos queridos!

Usei:
(para 4)

12 Codornizes
1 Copo de vinho branco
6 Dentes de alho
2 Folhas de louro
1 c sopa de massa de pimentão
2 c sopa de banha
1 Fio fino de azeite
Sal q.b.
Limão para servir

Fiz assim:

Corte as codornizes ao meio no sentido do comprimento.
No almofariz esmague os alhos com um pouco de sal e com a massa de pimentão.
Esfregue as codornizes com esta pasta, junte as folhas de louro rasgadas e regue com o vinho. Tape e deixe a marinar no frigorífico durante umas horas.
Aqueça o azeite e a banha numa frigideira funda e frite as codornizes escorridas da marinada até estarem douradas.
Sirva sobre fatias de pão caseiro acompanhadas de quartos de limão.

Notas:

Há quem junte a marinada ao cozinhado ficando com uma espécie de estufado, eu pessoalmente prefiro o método a seco para que as aves fiquem com um aspecto e textura mais estaladiça.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Suspiros

Quando eu era criança era completamente louca por suspiros. Adorava o estaladiço doce e o interior cremoso dessas pequenas pérolas de pastelaria.
Sempre que na cozinha da minha mãe sobravam claras eu pedia: “Mãe podemos fazer suspiros?” E a minha mãe dizia sempre que sim, mas as nossas tentativas eram sempre mal sucedidas graças a um forno antiquíssimo a gás que não mantinha a temperatura certa, claro que eu na altura não sabia disso e julgava que aquela maravilha era boa demais para poder estar ao alcance dos mortais e a minha admiração pelos suspiros aumentava, e a névoa de mistério sobre a sua confecção tornava-os ainda mais apetecíveis.


Usei:

2 dl de claras
(+ ou – 5 claras de ovo)
225g de açúcar granulado fino
1 c sopa de sumo de limão


Fiz assim:


As claras velhas são melhores para preparar merengues. Consideram-se claras velhas as claras com 4 ou 5 dias. Devem estar no frigorífico e retiradas a tempo de adquirirem a temperatura ambiente.
Antes de começar deve aquecer-se o forno a 140º.
Batem-se as claras em castelo, e quando começam a espumar deita-se o açúcar em chuva, continuando a bater até obter um creme.
Deita-se o sumo de limão e pára-se de bater quando ao sentir um pouco de merengue entre os dedos não se sente o granulado do açúcar.
Coloca-se o creme num saco de pasteleiro com um bico canelado grosso, e sobre um tabuleiro forrado com papel vegetal (o silicone não funciona para o merengue) dá-se a forma pretendida.
Podem ser bolinhos, caixinhas e pavlovas.
Deixa-se ficar no forno o tempo necessário para secar o merengue, para as peças pequenas + ou – 15 minutos, para as grandes um pouco mais.
Deixe arrefecer dentro do forno desligado e guarde em recipientes herméticos.

Notas:

Guarde os suspiros em sacos de congelação e deixe ficar no congelador, na verdade o merengue não congela devido à elevada concentração de açúcar, e desta forma estarão sempre estaladiços. Expostos ao ar ficam moles.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

4 por 6 - Ratatouille fácil com ovo e gelado de banana

Mais uma sugestão muito fácil e deveras económica, e pela qual eu me perdi de amores à mesa.
Este estufado de legumes pode ser finalizado no tacho e não no forno como eu fiz, mas como decidi acompanhar com pão torrado aproveitei e foi dois em um.
O molho cremoso dos legumes é delicioso e o ovo fica-lhe a “matar”.
A sobremesa é igualmente fácil e económica e mais económica fica se em vez de usar natas usar iogurte natural.
Pode ser servido com um fio de mel ou polvilhado de canela, mas simples é igualmente delicioso.
Está então na mesa o 4 por 6 desta semana!


Usei:

Azeite q.b.
1 Cebola picada
1 Pimento vermelho em tiras
1 Haste de alecrim
2 Dentes de alho picados
1 Beringela em cubos
2 Courgetes em cubos
2 Cenouras em cubos
390g de tomate pelado e picado
4 Ovos
Uns pingos de vinagre
Sal & pimenta

Fiz assim:

Com alguma antecedência, corte a beringela em cubos, salpique de sal e deixe a escorrer.
Quando iniciar a preparação do prato passe a beringela por água corrente, escorra e seque com um pano.
Aqueça o azeite e junte a cebola, o pimento e o alho, deixe amolecer durante 5 minutos mexendo sempre até a cebola estar translúcida.
Junte a cenoura, a beringela e a courgete e deixe cozinhar até amolecer.
Junte o tomate, o sumo do mesmo que restou na lata e o alecrim. Deixe levantar fervura, tempere de sal e pimenta, reduza o lume, tape o tacho e deixe fervilhar durante 20 minutos. Ao fim deste tempo destape o tacho e deixe o molho reduzir e engrossar durante mais 15 minutos.
Coloque o estufado num recipiente de forno, abra 4 cavidades e em cada uma delas deite 1 ovo, salpique com vinagre, e coloque debaixo do grill do forno até os ovos fixarem.
Aproveite o grelhador e ao mesmo tempo torre as fatias de pão para acompanhar.


Gelado de banana




Versão de impressão e arquivo


Usei:

2 Bananas amassadas
Sumo de limão q.b.
200ml de natas
75g de açúcar amarelo

Fiz assim:

Esmague as bananas com um garfo e regue com um pouco de sumo de limão.
Bata as natas com o açúcar até estarem firmes e fofas.
Misture as bananas e coloque na sorveteira, ou então coloque num tabuleiro de metal com os lados altos, cubra com película e guarde no congelador, ao fim de 2 horas retire e desfaça os cristais de gelo com um garfo. Repita a operação até o gelado estar solidificado.
Se não tiver crianças em casa, junte 1 c sopa de vodka ao gelado, assim o gelado não fica “empedrado” mantendo-se macio. (Dica da Fer).


Quanto custou?

Dica de poupança:

Diga não aos refrigerantes e sumos de pacote.
Às refeições use as suas frutas preferidas para fazer sumos naturais, use-as simples ou combinadas.
Faça chá com as suas ervas favoritas, junte uma casca de limão ou um pau de canela, refrigere e saboreie.
Ao pequeno-almoço use e abuse dos batidos à base de leite ou iogurte, e no Inverno proteja-se com um copo de sumo de laranja.
Com este hábito fica a ganhar em €€€, em vitaminas e só perde em gramas a mais no corpo.

Créditos: Ratatouille – BBC Goodfood, Maio 09 / Gelado – OLIVE Abril de 09

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Tajine (ou cataplana) de salmão com pimentos

A minha cozinha tem mais um Tacho de Ensaio!
Quando estive em Londres trouxe uma Tajine, não foi a que eu queria pois essa tinha um preço absolutamente proibido para o meu orçamento. Desde aí que estava em pulgas para a usar, e esta receita foi a escolhida.
Chamou-me a atenção a conjugação de ingredientes, e é de facto uma delícia.
Cá está então um prato diferente e muito fácil de fazer.




Usei:

(marinada)
4 Dentes de alho
1 Ramo de coentros
Sumo de 2 limões
1 c chá de cominhos moídos
1 c chá de gengibre seco moído
1 c café de pimenta de caena
3 c sopa de azeite
1 Pitada de sal
1 Chalota picada

(tajine)
6 Lombos de salmão
3 Pimentos vermelhos
1 Pimento verde
2 Cebolas
1 Punhado de azeitonas pretas
1 Fio de azeite
1 c chá de ervas da provence
Sal q.b
Coentros para servir

Fiz assim:

Coloque todos os ingredientes da marinada na picadora ou no almofariz e moa até obter uma pasta. Cubra o peixe e reserve no frigorífico umas horas antes de confeccionar.
Corte os pimentos em tiras, as cebolas em meia-lua e as azeitonas em rodelas.
Deite o azeite na cataplana e depois de quente junte as cebolas, deixe amolecer e junte os pimentos, as azeitonas e as ervas, misture, tape e deixe estufar em lume muito brando durante + ou – 15 minutos.
Junte o peixe e a marinada, tape e deixe estufar + 15 minutos, (a marinada proporcionou ao peixe uma pré cozedura).
Retire do lume, polvilhe com coentros frescos e sirva bem quente sobre fatias de pão rústico torrado.

Notas:

Pode fazer este prato em outro tacho desde que consiga tapar muito bem e cozer em lume brando sem adição de líquidos.
Chama-se tajine tanto ao recipiente como o prato confeccionado, o mesmo acontece com a cataplana.

Ligeiramente adaptado de: “Tajines & couscous” de Hachete pratique

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Tarte de maracujá e lima

A receita estava numa revista de decoração espanhola que por sua vez estava numa empresa de materiais de acabamento. Enquanto esperei para ser atendida reparei na receita de tarteletes de lima e maracujá, prontamente fiz uso de o meu bloco de apontamentos e transcrevi a receita.
È de facto muito boa mas a massa é quase impossível de usar em formas individuais, mesmo assim substitui a gema de ovo pela água gelada na massa se não o fizesse o excesso de gordura teria sido (aposto que) desastroso ao cozer.
È uma tarte deliciosa, a base é estaladiça e o aroma da lima faz a diferença.

Usei:

(massa)
125g de manteiga gelada
4 c sopa de açúcar
¼ Chávena de água gelada
1 c chá de sementes de cardamomo moídas
Casca ralada de 1 lima
80g de semolina de milho (farinha de moagem grosseira)
240g de farinha de trigo
1 Pitada de sal

(recheio)
1 Tira de casca de lima
Polpa de 8 maracujás maduros (reservar 2 c sopa das sementes)
Sumo de 1 lima
125g de manteiga
180g de açúcar
3 Ovos batidos

Fiz assim:

(massa)
Coloque todos os ingredientes da massa no processador de alimentos e usando a função intermitente pulse até obter o aspecto de migalhas.
Ou, trabalhe as farinhas, açúcar, manteiga, cardamomo e raspa de lima com as pontas dos dedos, junte a água e agregue bem.
Forme um disco, e reserve no frio durante 30 minutos.
Forre uma tarteira com a massa, cubra com folha de alumínio, coloque uns pesos em cima e leve ao forno durante + ou – 25 minutos, retire os pesos e o papel e volte a colocar no forno para dourar.

(Recheio)
Leve a polpa de maracujá ao lume com a casca de lima, o sumo, o açúcar e a manteiga, vá mexendo até a manteiga derreter e dissolver o açúcar.
Incorpore os ovos e leve de novo ao lume muito brando até espessar.
Retire do lume, junte as sementes de maracujá e deite sobre a base da tarte.
Deixe arrefecer e reserve no frigorífico até servir.

Notas:

Se preferir o creme mais espesso, retire um pouco do tacho e dissolva 1 c chá de amido de milho, junte ao restante creme e mantenha em lume brando mexendo sempre até engrossar.
Se usar polpa de maracujá enlatada rectifique a quantidade de açúcar.

Adaptado de: Living Deco nº5