terça-feira, 31 de março de 2009

Projecto Y - 5º jantar virtual

“… Arte, criação, liberdade!”
È assim que o
Luís encerra o texto com que em Fevereiro apresentou à blogosfera o Y5, e foi com este texto na mão que eu fui para a cozinha mas nem uma só vez mais olhei para ele, pois por aquilo que conheço do seu autor, a melhor maneira de o interpretar seria criando e no final degustar…

O mote foi: “Quem vai ao mar, avia-se em terra”
Vamos então a mais um menu Y, como já perceberam desta vez indicado pelo
Luís, e à mesa esteve também o Eduardo.

Aperitivo

Carpaccio de vitela marinhado



Foi o acordar dos sentidos para o que viria logo a seguir…

Entrada

Creme de inhame com mascapone e camarão


O aveludado da terra com o aroma do mar!

Prato de peixe

Atum au foie-gras de pato




Para dois ingredientes perfeitos nada mais a acrescentar.
O foi-gras providenciou a gordura e o tempero, e mais não foi preciso.

Prato de carne

Magret Tonnato


O pato estava confitado mas mesmo assim não perdeu a grandeza apenas a partilhou com o molho de malaguetas e vinagre balsâmico.

Sobremesa

Ovos celestes montados em agar de três Portos



Os Portos foram dois, o branco transformou-se em taça que recebeu uma meia esfera do seu parente rubi, e a esfera completa do doce de ovos e noz envolvida numa capa estaladiça de açúcar em ponto de caramelo.

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Foi este o Y5, que marcou também o meu regresso à cozinha depois de uma (muito) longa ausência por motivos profissionais.

Obrigada aos colegas Y’s que comigo jantaram e que tão boa companhia me tem proporcionado.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Pasta nero di sépia com camarão

Quando a massa é a estrela do prato, o acompanhamento quer-se simples e sem floreados de sabores.
Neste caso foi assim, um simples marisco envolvido em azeite extra virgem, alho, limão e um toque de malagueta.
Demora 10 minutos a fazer e é para saborear devagar com um copo de espumante gelado.
Uma delicia….





Usei:


400g de Pasta nero di sépia
300g de camarão cru e descascado
1/2 Cabeça de alhos
1 Malagueta vermelha
1 Limão
Sal & pimenta
Azeite q.b.

Fiz assim:

Tempere o camarão com sumo de limão, sal e pimenta.
Aqueça o azeite, e deite o alho esmagado. Quando o alho amolecer (sem queimar), deite o camarão e salpique com a malagueta picada.
Entretanto coza a massa durante 3 minutos em água fervente e temperada de sal.
Escorra a massa rapidamente de maneira a ficar com um pouco de água da cozedura mas sem estar encharcada.
Assim que o camarão estiver bem rosado, deite e massa e envolva bem com dois garfos de madeira.
Rectifique o tempero e sirva de imediato.

Notas:

Aproveite as cascas do camarão para confeccionar caldo de marisco.
Ao preparar massas que são envolvidas em ingredientes confeccionados à parte, a massa só deve ser cozida após a preparação do acompanhamento. No caso de serem molhos deve sempre reservar um pouco da água da cozedura da massa para o caso de ser necessário “abrir” o molho após juntar a massa.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Semifrio de bolacha

Esta é uma sobremesa muito popular em festas, romarias e restaurantes com pouca imaginação, (as minhas desculpas pelo desabafo), e da qual eu gosto muito mas quase sempre me desilude pelo exagerado sabor a manteiga ou pela ausência de aroma ou pelo uso de bolachas velhas.
Quando era criança fazia uma receita de bolo de bolacha que ficava sempre feio e sem graça mas que tinha um sabor delicioso, infelizmente acho que nunca escrevi a receita e a mesma perdeu-se na minha memória quando a deixei de fazer. Numa crise de nostalgia apeteceu-me semifrio de bolacha, após uma pesquisa rápida deparei-me com este que por não ter manteiga me seduziu, fiz e resultou muito bem, é bom, fácil e fica bem bonitinho.






Usei:

2 Pacotes de bolacha Maria
1 Lata de leite condensado cozido
400 ml de natas
2 c chá de gelatina neutra granulada
2 Chávenas de café forte e aromático

Fiz assim:

Hidrate a gelatina em duas colheres de sopa de água fria. Reserve.
Bata as natas (que devem estar bem frias) até ficarem fofas, junte o leite condensado e volte a bater até obter um creme.
Leve a gelatina ao microondas durante uns segundos para fundir, mexa e junte ao creme. Envolva muito bem.
Prepare uma forma redonda de anel, ou um aro sobre um prato de servir.
Vá molhando bolachas no café morno, e cubra com elas o fundo do prato, por cima deite um pouco de creme de maneira a cobrir as bolachas e alise com uma espátula.
Volte a repetir as camadas até esgotar as bolachas, sendo que a ultima camada deve ser de creme.
Cubra o aro com película e deixe no frigorífico durante umas horas, melhor ainda, de um dia para o outro.
Retire a película, descole o doce do aro com uma faca aquecida, remova o aro e sirva polvilhado com migalhas de bolacha.

Notas:

Para cozer o leite condensado: coloque a lata coberta de água na panela de pressão, deixe cozer 20 minutos contados após a panela começar a “chiar”.
Para um sabor mais intenso use bolacha do tipo “torrada”, e aromatize o café com licor ou especiarias.

Adaptado
daqui.

quarta-feira, 25 de março de 2009

4 por 6 - Caçarola aromática de arroz com almôndegas de porco

È uma batalha dura de travar, mas com organização e uma boa dose de imaginação pode muito bem ser travada e até vencida. Falo-vos claro de conseguir comer bem sem gastar fortunas.
A Mariana desafiou-me e aqui estou eu a dar o meu contributo, acredito que esta rubrica será muito interessante tendo em conta que serão 6 cabeças a pensar para pôr em prática receitas que nos ajudarão a não nos dar por vencidos com a crise.


A minha sugestão é esta caçarola que para além se ser económica em ingredientes é também económica em loiça para lavar já que é usado apenas um recipiente.
Usem os legumes que tiverem disponíveis para fazer o caldo necessário à receita e sirvam a sopa cremosa como entrada. Para a sobremesa sugiro fruta da época simples ou acompanhada com iogurte natural batido e regado com um fio de mel.
Bom apetite!






Usei:

4 Salsichas frescas de porco
2 c sopa de azeite
½ Cebola picada
2 Dentes de alho esmagados
1 c chá de cominhos
½ c chá de canela
1 Chávena de arroz agulha
750 ml de caldo de legumes
390g (1 lata) de tomate pelado picado
Coentros picados para servir

Fiz assim:

Corte a ponta ás salsichas, retire-as da pele e forme bolinhas do tamanho de nozes.
Aqueça o azeite no wok, ou numa frigideira funda anti-aderente, e aloure as almôndegas de todos os lados, provavelmente vai precisar de o fazer por etapas. Reserve.
Deite na mesma frigideira a cebola e o alho e deixe amolecer, salpique com as especiarias e junte o arroz envolvendo bem, adicione o tomate e deixe suar um pouco.
Regue com o caldo e usando uma colher de pau raspe os lados e o fundo do wok.
Deixe cozinhar durante mais ou menos 10 minutos e junte as almôndegas, deixe retomar fervura e retire do lume assim que o arroz estiver do seu agrado.
Polvilhe com coentros picados, rectifique o sal e sirva de imediato.

Notas:

Planeie as suas refeições com antecedência e faça a lista de compras de acordo com as ementas, desta forma evita desperdícios e compras desnecessárias, e não sofrerá com a preocupação de não saber o que fazer para o jantar ou almoço.
Retire os alimentos do congelador de véspera e deixe-os na parte mais baixa do frigorífico, evite a água quente e o microondas.

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Quanto custou?

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Receita adaptada de: BBC GOODFOOD Março de 2009

segunda-feira, 23 de março de 2009

Pasta nero di sépia

Fazer massas é uma terapia para mim, costumo dizer que quando estou a fazer massa fresca é como se regressa-se à infância quando brincava com massa de moldar que depois se passou a chamar plasticina.
A massa com tinta de choco, (ou lula) é uma base perfeita para ser degustada com peixe ou frutos do mar, e foi esse o destino desta, é o que vos vou mostrar numa próxima publicação.
Para já fica a preparação da massa que não é muito diferente
destas que já fiz.



Usei:

200g de farinha “grano duro”
2 ovos
1 c chá de tinta de choco

Fiz assim:

Bata ligeiramente os ovos com a tinta de choco.
Coloque a farinha numa tigela, abra uma cova ao meio e deite aí os ovos com tinta.
Misture pouco a pouco primeiro com um garfo e depois com as mãos ligeiramente enfarinhadas.
Passe para a bancada e trabalhe a massa até ficar lisa, uniforme e elástica.
Se tiver máquina de estender a massa, bastam 5 minutos para trabalhar a massa, de outra forma trabalhe-a mais um pouco.
Poderá ser ou não necessário juntar mais farinha, depende da capacidade de absorção da mesma e do tamanho dos ovos.
Forme uma bola, envolva em película e deixe repousar no frigorífico durante 30 minutos.
Retire a massa do frio e divida-a em 3 pedaços. Comece por estender um pedaço de massa no rolo liso colocado na posição mais espessa, passe-a pelo menos 4 vezes antes de ir reduzindo a espessura da placa, depois bastam duas passagens pelas posições seguintes.
Mantenha a massa que não está a ser trabalhada tapada com um pano.
Vá polvilhando a placa de massa enquanto a trabalha, assim como os cilindros da máquina.
Quando atingir e espessura ideal, use os cilindros de corte.
Depois de cortada, separe-a e mantenha-a tapada até usar.

Se não tiver máquina, use o rolo da massa sobre a bancada enfarinhada, até obter uma placa fina. Enrole e corte tiras com uma faca enfarinhada.

Notas:

A massa fresca coze em água fervente abundante, onde se junta sal e um fio de azeite.
O tempo de cozedura é de 3 minutos, escorre-se reservando um pouco de água da cozedura e junta-se imediatamente ao molho que nesta altura já deverá estar pronto.
A farinha de “grano duro e a tinta de choco, encontram-se à venda nas lojas gourmet.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Bolo de limão

Recebi de presente um livro da Rita Lobo.
Alguém que tem um percurso como ela tem é de logo à partida gerar curiosidade, pois não é todos os dias que uma manequim e modelo decide dar uma volta à sua vida e passar a ser chef de cozinha.
O livro é informal e sem complicações, é um livro para todos e de uma leitura muito agradável e super bem disposta, ri à gargalhada ao ler a receita de ovo estrelado, tudo o que a Rita escreve é verdade, estrelar um ovo não é difícil mas também não é uma banalidade como muitos dizem ser.
Este bolo reflecte a alma do livro, é uma receita fácil onde é quase impossível errar e é também susceptível a adaptações de outros aromas conforme o gosto pessoal.
Obridada E. pelo presente fantástico.





Usei:

3 Chávenas de farinha
2 c chá de fermento
½ c chá de sal
200g de manteiga amolecida
2 Chávenas de açúcar
4 Ovos
1 Chávena de leite
Raspa de 1 limão grande
2 c sopa de sementes de papoila (opcional)

(glacê)

Sumo de 1 limão
Açúcar q.b.

Fiz assim:

Prepare uma forma untando-a com manteiga e polvilhando de farinha, ou então use spray desmoldante.
Pré aqueça o forno a 180º.
Peneire a farinha com o fermento e o sal. Reserve.
Com a batedeira, bata a manteiga até ficar fofa, junte o açúcar e bata mais um pouco até misturar bem.
Junte os ovos um a um batendo entre cada adição. (Nesta altura a massa vai ter um aspecto talhado).
Acrescente a raspa de limão e as sementes e incorpore bem.
À mão ou com a batedeira na velocidade baixa, junte a farinha em três adições alternando com duas adições de leite.
Deite a massa na forma, alise e leve ao forno durante, mais ou menos, 45 minutos.
Retire do forno e deixe repousar 5 minutos enquanto prepara o glacê misturando o sumo de limão com o açúcar.
Desenforme o bolo sobre uma grade, pique com um garfo e deite por cima o glacê.
Deixe arrefecer completamente antes de cortar.

Notas:

Pode substituir o leite por iogurte.
Pode juntar sementes de papoila para contraste de texturas.
Decore com
cascas de limão cristalizadas.

Ligeiramente adaptado de: “Cozinha de estar” de Rita Lobo

quarta-feira, 18 de março de 2009

English muffins

A maior parte das vezes ao Domingo fazemos um “brunch” ou um pequeno grande almoço, como lhe costumo chamar, e estes pãezinhos são uma das iguarias mais disputadas da mesa, são de facto irresistíveis e mesmo no dia seguinte ligeiramente aquecidos na torradeira continuam uma delicia.
Podem ser servidos simples, com doce, com manteiga ou com queijo, ou podem também acompanhar um prato de ovos mexidos com bacon.
Para mim pode ser com manteiga e doce de alperce…



Usei:

3 Chávenas de farinha
1 c chá de fermento padeiro seco
½ Chávena de água
½ Chávena de leite
2 c chá de açúcar
1 c chá de sal
1 Noz de manteiga
Sêmola de trigo para polvilhar

Fiz assim:

Dissolva o fermento e o açúcar numa c sopa bem cheia de água morna. Reserve.
Aqueça o leite, a água, o sal e a manteiga. Quando a manteiga fundir apague o fogão e deixe amornar.
Peneire a farinha para dentro de uma tigela.
Faça uma cova no meio e deite aí os líquidos e o fermento. Com um garfo comece a misturar a farinha com os líquidos pouco a pouco, depois de estar tudo misturado deite a massa na bancada e amasse durante 5 ou 10 minutos, até que a massa fique lisa, enxuta e elástica.
Forme uma bola, volte a colocar na tigela e deixe levedar coberto em local abrigado até dobrar o volume, mais ou menos 2 horas.
Deite a massa na bancada e espalme-a com as mãos, sempre usando as mãos abra a massa até ter a espessura de 0,5 cm. Use um cortador redondo liso ou um copo e corte discos de massa.
Polvilhe um tabuleiro com sêmola e coloque dentro os discos de massa.
Cubra com um pano e deixe levedar pela segunda vez, mais ou menos 45 minutos.
Aqueça uma chapa no fogão, (ou use uma frigideira anti aderente bem pesada) e coloque os discos de massa, deixe ficar 3 ou 4 minutos de um lado, volte com uma espátula e deixe assar do outro lado.

Notas:

Versão máquina do pão:
Deite os líquidos à temperatura ambiente, depois a manteiga, a farinha, o sal, o açúcar e finalmente o fermento.
Escolha o programa amassar e levedar.
Passe depois à segunda fase da receita.

Receita adaptada do livro de receitas da máquina do pão

segunda-feira, 16 de março de 2009

Sopa de Inverno

Antes que o Inverno se despeça de nós partilho convosco esta sopa típica da minha família, e acredito que de tantas mais pelo menos parecida na base e na preparação.
Costumo fazer esta sopa, que é uma refeição completa, nos dias de fim-de-semana em que acendo a lareira logo de manhã.
Uso um grande púcaro de barro, onde cozo a carne, o grão (ou feijão) e os legumes. O púcaro vai fervilhando lentamente junto à fogueira e o apetite vai sendo “espicaçado” pelo aroma.




Usei:

500g de carne de vaca para cozer
½ Chouriço de carne
1 Cebola
1 Repolho de couve
1 Chávena de grão cozido
2 Batatas
1 Nabo
1 Cenoura
Sal a gosto

Fiz assim:

Coza a carne em água abundante com a cebola, o chouriço e um pouco de sal.
(Pode usar a panela de pressão, mas ao cozer lentamente o caldo fica mais saboroso).
Prepare os legumes. Corte a couve em juliana grossa, descasque os restantes legumes e corte em cubos pequenos para que cozam ao mesmo tempo.
Depois da carne estar macia retire-a do caldo assim como o chouriço.
Descarte a cebola.
Coloque os legumes a cozer no caldo da carne e rectifique o sal.
Desfie a carne grosseiramente e corte o enchido em rodelas, quando os legumes estiverem quase cozidos junte o grão e as carnes, deixe retomar a fervura e sirva bem quente com uma folha de hortelã.

Notas:

A água como base de preparação dos alimentos tanto funciona para transferir sabores como para os preservar.
Ao colocar os alimentos em água fria para os cozer lentamente irá transferir o sabor ao caldo, se pelo contrário os mergulhar rapidamente em água fervente irá selar o alimento e preservar o seu sabor.