Quando eu era criança era completamente louca por suspiros. Adorava o estaladiço doce e o interior cremoso dessas pequenas pérolas de pastelaria.
Sempre que na cozinha da minha mãe sobravam claras eu pedia: “Mãe podemos fazer suspiros?” E a minha mãe dizia sempre que sim, mas as nossas tentativas eram sempre mal sucedidas graças a um forno antiquíssimo a gás que não mantinha a temperatura certa, claro que eu na altura não sabia disso e julgava que aquela maravilha era boa demais para poder estar ao alcance dos mortais e a minha admiração pelos suspiros aumentava, e a névoa de mistério sobre a sua confecção tornava-os ainda mais apetecíveis.
Usei:
2 dl de claras
(+ ou – 5 claras de ovo)
225g de açúcar granulado fino
1 c sopa de sumo de limão
Fiz assim:As claras velhas são melhores para preparar merengues. Consideram-se claras velhas as claras com 4 ou 5 dias. Devem estar no frigorífico e retiradas a tempo de adquirirem a temperatura ambiente.
Antes de começar deve aquecer-se o forno a 140º.
Batem-se as claras em castelo, e quando começam a espumar deita-se o açúcar em chuva, continuando a bater até obter um creme.
Deita-se o sumo de limão e pára-se de bater quando ao sentir um pouco de merengue entre os dedos não se sente o granulado do açúcar.
Coloca-se o creme num saco de pasteleiro com um bico canelado grosso, e sobre um tabuleiro forrado com papel vegetal (o silicone não funciona para o merengue) dá-se a forma pretendida.
Podem ser bolinhos, caixinhas e pavlovas.
Deixa-se ficar no forno o tempo necessário para secar o merengue, para as peças pequenas + ou – 15 minutos, para as grandes um pouco mais.
Deixe arrefecer dentro do forno desligado e guarde em recipientes herméticos.
Notas:
Guarde os suspiros em sacos de congelação e deixe ficar no congelador, na verdade o merengue não congela devido à elevada concentração de açúcar, e desta forma estarão sempre estaladiços. Expostos ao ar ficam moles.