sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Panna cotta com creme de pessego

Esta sobremesa foi inspirada pela Fer e por uns copos novos que comprei para me oferecer no dia de S. Valentim, (as desculpas que eu arranjo para justificar a tralha que carrego para a cozinha).
Um doce fácil, rápido e super delicioso, fiquei fã e vou repetir muitas e muitas vezes com esta e outras frutas.

Versão de impressão e arquivo desta receita: aqui



Usei:

1 Lata de pêssego em calda
1 Pacote de gelatina neutra em pó (+- 10g)
2 Pacotes de natas (400 ml)
1 Chávena de leite
¼ De chávena de açúcar
Raspa de ½ limão
½ Vagem de baunilha
4 c sopa de água fria

Fiz assim:

Depois de escorridos, triturei os pêssegos. Reservei meio para decorar.
Hidratei a gelatina com a água fria, e deixei de parte.
Levei as natas a lume muito brando com as raspas de limão, a baunilha, (depois de aberta e de raspadas as sementes e colocadas também no creme), o leite e o açúcar.
Deixei esta mistura aquecer lentamente sem deixar ferver. Retirei do lume.
Desta mistura, retirei um pouco para dissolver a gelatina, que depois se juntou ao restante creme no tacho, mexe-se bem, deixa-se arrefecer um pouco e depois de retirar a baunilha deita-se em taças sobre o creme de pêssego que entretanto foi colocado no fundo.
Pique a metade do pêssego reservada, e coloque no topo.
Leve ao frigorífico até estar firme.

Notas:

A vagem de baunilha depois de usada, passada por água, e bem seca com um pano, pode ser usada para aromatizar açúcar, ou para fazer extracto.
Para o açúcar baunilhado: deixe a vagem de baunilha dentro de um recipiente com açúcar branco refinado bem tapado.
Para o extracto: Tenha um frasco de rolha e dentro coloque as vagens que vai usando, complete com vodka, agite de vez em quando.


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Medalhões de novilho com molho de café e pimenta verde

O café como bebida de hábito difundiu-se na Europa no século XVII por influência dos mercadores e viajantes regressados do Oriente. Adorado pela maioria, chegou a vender-se em farmácias ao mesmo tempo que nasciam centenas de cafés nas cidades mais cosmopolitas.
Felizmente hoje ao alcance de todos, tornou-se indispensável, pelo menos para mim que sem o primeiro do dia não funciono a 100%.

Versão de impressão e arquivo desta receita: aqui



Usei:

50g de margarina
2 Dentes de alho
4 Medalhões de novilho
Sal
0,5 dl de vinho do porto
1 dl de café forte
1,5 dl de natas espessas
1 c sobremesa de pimenta verde em conserva

Fiz assim:

Descasque os alhos e dê uma pancada com a lâmina da faca em cada um deles.
Aqueça metade da margarina numa frigideira e junte os alhos, quando estiver bem quente, coloque os medalhões e aloure-os de ambos os lados, tempere de sal e retire a carne mantendo-a quente.
Reduza o lume, adicione o vinho do porto e deixe levantar fervura mexendo sempre para incorporar os sucos.
Junte a restante margarina e o café. Adicione as natas e deixe retomar fervura, mexendo de vez em quando.
Introduza a pimenta, os medalhões e o suco que entretanto se libertou da carne, deixe ferver sobre lume brando até a carne atingir a consistência que lhe agrada.

Notas:

Pode também usar lombo, ou outro tipo de carne do seu agrado para bifes, no entanto convêm que sejam um pouco mais altos que o bife vulgar.
Normalmente o bife ao café é acompanhado com batatas fritas, eu no entanto gosto de acompanhar com puré de batata e legumes cozidos no vapor.
Fonte: Saberes & Sabores / Fev. 2008


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Anardana, grenadine, melaço, chá e vinagre de romã

As romãs conservam-se durante semanas num local fresco e o armazenamento melhora tanto o seu sabor como o teor do sumo.
Mas mesmo assim, e como nenhuma resiste no seu estado natural de uma época para a outra, aqui estão algumas maneiras de as saborear ao longo do ano.
Uma vez extraídas, as sementes e o sumo podem ser congelados.
O sumo deve ser extraído com um esmagador de batatas ou um esmagador de citrinos de maneira a descartar a grainha o que iria amargar o sumo.


Versão de impressão e arquivo desta receita: aqui


As sementes frescas e inteiras são usadas em saladas e em pastas como o húmus ou o tahine, como guarnição de sobremesas ou ainda em guisados de aves.

O sumo para além de conssumido como bebida, pode também ser transformado em xarope e melaço, e as bagas em anardana (bagas secas).

O xarope, conhecido por grenadine, é usado para aromatizar bebidas, sobremesas, gelados ou acompanhar crepes e afins.

O melaço é usado como tempero de saladas, marinadas ou pratos de cozedura lenta.

As anardana, que se assemelham a passas de cor negro-avermelhadas, são pegajosas e difíceis de mastigar com um sabor frutado e forte.
Entram em caris e nos chutneys, nos recheios para pão, nos pastéis salgados e estufados de legumes e leguminosas.
Conferem aos alimentos um sabor agridoce mas subtil.
São demolhadas em água como o tamarindo, ou esmagadas e polvilhadas sobre os alimentos.

O sabor da romã vai bem com: abacate, beterraba, pepino, peixe, cordeiro, pinhões, criação, leguminosas, espinafres e nozes.
Combina bem com: pimenta-da-jamaica, cardamomo, malagueta, canela, cravinho-da-india, sementes de coentro, cominhos, feno-grego, gengibre, botões de rosa e curcuma.

Xarope de romã:

4 Chávenas de sumo
1 Chávena de açúcar
2 c sopa de sumo de limão

Vai a lume brando, até atingir a consistência de xarope.
Guarda-se em frasco com tampa no frigorífico.

Melaço de romã

4 chávenas de sumo
½ chávena de açúcar
1/3 chávena de sumo de limão

Vai a lume muito brando em recipiente de vidro resistente ao calor, até reduzir para 1/3 do volume, e ficar com consistência de melaço.
Guarde em frasco com tampa de enroscar no frigorífico.

Anardana

Depois de retirar as bagas da romã, seque-as no forno a uma temperatura constante de 60º até ficarem desidratadas.
Guarde em frasco hermeticamente fechado e ao abrigo da humidade.

Vinagre de romã

1 Chávena de bagos de romã
2 Chávenas de vinagre de mel ou de sidra

Deita-se os bagos de romã num recipiente de vidro esterilizado.
Com um pilão de madeira, esmagam-se. Junta-se o vinagre e mistura-se.
Cobre-se a abertura do recipiente com película aderente, e deixa-se repousar ao abrigo da luz directa, durante uma semana. Vai-se agitando de vez em quando.Findo esse tempo, volta-se a esmagar os bagos que ainda tenham ficado inteiros, côa-se, e guarda-se em frascos esterilizados e de preferência de vidro escuro.

Chá de casca de romã

Depois de seca, com a casca de romã faz-se um chá de propriedades anti inflamatórias, que alivia dores de garganta.
Adoça-se com mel, e pode juntar-se algumas sementes de erva-doce (funcho).

Notas:

Tal como as laranjas, se colocar as bagas de romã por uns segundos no microondas ou se as escaldar, será mais fácil extrair o sumo.
Aproveite as saquetas de sílica que vêm na roupa nova, sapatos ou malas, e prenda-as do lado de dentro da tampa dos frascos de especiarias, deste modo ficam protegidas da humidade.
Para os liquidos, aproveite os frascos de vidro escuro dos xaropes para a tosse e outros.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Bolo de chocolate ensopado coberto de trufa

Confesso que sou “choco dependente”, e quando sou torturada pelos sintomas de privação não há nada a fazer senão atacar o primeiro chocolate que encontro, ou algo preparado com ele, mas tem que ser chocolate a sério daquele bem negro sem adição de açúcar.
Estava a apetecer-me um bolo de chocolate, mas tinha que ser daqueles que à primeira garfada se fecha os olhos, reclina-se a cabeça para trás e para o lado e se diz: hummm!...
Vi muita coisa, estava decidida a esperar o que fosse preciso para conseguir esse efeito, fui buscar a inspiração aos amigos: o
Bolo, a Calda e a Trufa! Consegui, o bolo provocou o efeito desejado!

Versão de impressão e arquivo desta receita: aqui



Usei:

Bolo:

250g de chocolate amargo
250g de manteiga sem sal à temperatura ambiente
200g de açúcar
4 ovos
70g de farinha para bolos

Fiz assim:

Derrete-se em banho-maria o chocolate. Reserva-se até arrefecer.
Bate-se o açúcar com a manteiga em velocidade alta na batedeira, raspando de vez em quando os lados da taça.
Acrescenta-se os ovos um a um, batendo bem entre cada adição.
Com uma espátula incorpora-se o chocolate, e depois a farinha peneirada.
Coloca-se numa forma redonda de mola, untada e polvilhada e com o fundo forrado com papel vegetal também untado.
Vai ao forno pré aquecido a 180º durante 30 minutos.
Findo este tempo, vai parecer que o bolo não está cozido, é mesmo assim.
Deixe arrefecer completamente dentro da forma. Depois de frio, tape a forma com película aderente e leve ao frigorífico durante 1hora.

Calda:

½ chávena de água
½ chávena de açúcar
1 cálice de licor de cacau
1 c chá de cacau amargo

Leve a lume brando todos os ingredientes até fazer xarope fraco, mais ou menos 5 minutos.
Pique o bolo, ainda dentro da forma, com um palito, e derrame sobre ele a calda.
Deixe de novo no frigorífico.

Trufa:

225g de chocolate amargo
220ml de natas frescas
3 gemas
40g de açúcar

Leve ao lume o chocolate partido com as natas até dissolver, não deixe ferver. Retire do lume e deixe arrefecer.
Em banho-maria bata as gemas com o açúcar até espessar, fora do banho-maria, junte a ganache e continue a bater até arrefecer.

Retire o bolo do frigorífico, e desenforme para o prato de servir, retire o papel vegetal.
Volte a colocar o aro em volta do bolo, depois de o ter lavado e passado por água fria, (será mais fácil de tirar depois), e deite a cobertura deixando-a escorrer pelos lados.
Guarde no frigorífico até a hora de servir.
Para retirar o aro, aqueça um pano e enrole à volta, depois com uma faca aquecida em água quente, passe toda a volta para descolar.

Notas.

Este bolo não cresce muito.
Ao cozer encolhe um pouco o que faz com que a cobertura escorra pelos lados.
Ao fazer a trufa, e para que arrefeça mais rapidamente, troque de recipiente e ao bater faça-o sobre uma taça com gelo.
O bolo está no seu máximo de sabor e apresentação no dia seguinte. No entanto mantenha-o no frigorífico só até a trufa fixar, depois disso o chocolate começa a “suar” e perde qualidade.


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Peru assado em marinada de melaço de romã

Na passada época das romãs, apaixonei-me perdidamente por este fruto em pratos salgados. Desde criança que a romã me foi dada sempre da mesma maneira, os bagos envolvidos em açúcar como sobremesa. Nunca me agradou.
Teimosa como sou e estando a par dos elevados benefícios deste fruto, lancei-me em pesquisas sobre a sua utilização. E foi assim que o comecei a usar em
saladas e outros pratos, indo um pouco mais além, mostro-vos hoje esta marinada que resultou numa perna de peru deliciosa. Numa próxima publicação trago-vos a receita do melaço de romã, pois infelizmente por aqui não é fácil de encontrar.

Versão de impressão e arquivo desta receita: aqui



Usei:

1 Perna e coxa de peru
1 Fio de azeite

Para a marinada:

1 Chalota picada
3 Dentes de alho grandes esmagados
½ Chávena de melaço de romã (pogranate molasses)
¼ Chávena de vinho tinto
1 c chá de sementes de coentro moídas
1 c chá de pimenta preta moída
¼ c chá de cravinho da índia moído
1 pitada de pimenta de caena
sal a gosto

Coentros frescos picados para servir

Fiz assim:

Tirei a gordura supérflua e cortei os tendões da perna e sequei muito bem a carne.
Misturei todos os ingredientes da marinada e cobri a carne, envolvendo bem. Coloquei depois num saco de congelação hermético, retirei o ar, e deixei no frigorífico de um dia para o outro, deverá ficar a marinar pelo menos durante 8 horas.
Retirar o peru da marinada e colocar em recipiente de ir ao forno.
Aqui poderá colocar no fundo do recipiente um cama de legumes como, cenouras, cebola, alho francês, ou outros a gosto. Para além de criarem sucos que vão enriquecer o assado, podem também servir de acompanhamento.
Cobrir a carne com o líquido da marinada e regar com um fio de azeite.
Levar ao forno quente até estar tenro, se necessário, ir regando com o molho.

Notas:

O saco de congelação é apenas uma sugestão, a carne pode marinar em qualquer recipiente, no entanto, desta forma a peça fica totalmente envolvida e sem transferir cheiros ao frigorífico.
Em vez de peru, use bifes de frango e grelhe na brasa.
Acompanhe este prato com bulgur, pilaf ou cuscuz e legumes.


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Licor de morango


Mais do que preparar uma bebida, fazer licor é quase uma arte, uma arte milenar de mistura de aromas e sabores, enfim… uma arte que eu não domino, pois o único licor que produzi até hoje foi este! Também como em casa não somos muito apreciadores de bebidas não vale a pena aventurar-me por esses caminhos e depois não ter escoamento para o stock.

Versão de impressão e arquivo desta receita: aqui



Usei:

Morangos
A mesma medida de aguardente
A mesma medida de açúcar amarelo
Canela em pau

Fiz assim:


1.Lavei bem os morangos e retire-lhes o pé.
2.Coloque-os num frasco de boca larga juntamente com a aguardente e o açúcar.
3.Reservei o frasco fechado por mais ou menos 15 dias, ou até os morangos ficarem brancos.
4.Nos primeiros dias agitei o preparado para diluir o açúcar.
5.Após este processo engarrafei coando o líquido.

Notas:

Este processo também serve para framboesas.
Convém guardar o frasco em lugar fresco e ao abrigo da luz durante o período de maceração.
E claro: seja responsável, beba com moderação!!!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Coração de caramelo

Este bolo é uma especialidade dos Açores, mais propriamente do Faial.
O toque do caramelo é sublime!
È daqueles bolos que se fazem e se comem com prazer.
Não usei uma forma redonda como se descreve na receita, como fiz este bolo no dia de Sº Valentim, e porque a minha “cara-metade” adora caramelo, usei uma forma coração e apenas cobri o bolo não o recheei.

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Usei:

Para o caramelo:
100g de açúcar
½ chávena de leite

Para o bolo:
3 ovos
1 chávena de manteiga
2 chávenas de farinha
1 chávena de açúcar
1 c chá de fermento

Para o recheio e cobertura:
250g de açúcar
1 chávena de leite
3 c sopa de manteiga sem sal
1 chávena de nozes picadas

Fiz assim:

Leva-se o açúcar ao lume até ao ponto de caramelo. Retira-se do lume e deixa-se arrefecer.
Rega-se com o leite, (que pode ser previamente aquecido), e leva-se de novo ao lume para o caramelo dissolver completamente no leite.
Deixa-se arrefecer.
Numa tigela bate-se a manteiga com o açúcar até obter creme. Junta-se as gemas batendo sempre. Junta-se depois a farinha peneirada com o fermento e depois o caramelo.
Batem-se as claras em castelo bem firme, e adicionam-se ao preparado anterior.
Deita-se a massa em forma redonda muito bem untada e de preferência com o fundo coberto por papel vegetal.
Vai ao forno pré aquecido a temperatura moderada durante mais ou menos 50 minutos.

Recheio e cobertura:

Leva-se ao lume o açúcar até ao ponto de caramelo. Retira-se do lume e deixa-se arrefecer um pouco.
Junta-se a manteiga e vai de novo ao lume até formar uma pasta. Volta-se a retirar do calor e depois de arrefecer um pouco rega-se com o leite a ferver. Volta ao lume até fazer ponto estrada. Adiciona-se as nozes e usa-se imediatamente.

Depois do bolo cozido, desenforma-se, deixa-se arrefecer um pouco sobre uma grade.
Corta-se ao meio no sentido horizontal, coloca-se um pouco do recheio na parte de baixo e sobrepõe-se novamente as duas metades.
Com o restante recheio, cubra o bolo.

Notas:

È necessário ter muito cuidado ao juntar o leite ao caramelo, pois a temperatura do caramelo é muito elevada o que provoca salpicos de liquido a ferver.
Use um fio de pesca para cortar as duas metades do bolo.
A consistência do recheio endurece ao arrefecer, por isso prepare-o só na hora de o usar.

Decore com metades de noz.


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Rochinhas de muesli

Prometi à Laila que fazia esta receita, demorei mais do que queria, e por isso as minhas desculpas. A intenção era ajudar a Chris a dar vencimento aos frutos secos que sobraram das festas, ou ainda aproveitar os preços promocionais dessas delícias logo após a viragem do ano.
Os meus bolinhos não ficaram muito doces, pois a intenção é usar ao pequeno-almoço quando a correria não permite vagares. Por isso aconselho a quem quiser o uso do mel ou do açúcar mascavado.


Versão de impressão e arquivo desta receita: aqui


Usei:

250g de muesli (mistura de cereais de pequeno almoço)
1dl de cerveja
1 ovo
100g de margarina
150g de farinha (pode ser necessário mais um pouco dependendo da quantidade de mel)
Mel ou açúcar mascavado a gosto

Fiz assim:

Regue o muesli com a cerveja, junte a margarina em pedaços e incorpore tudo com as pontas dos dedos.
Junte o ovo e o mel e amasse.
Por fim Junte a farinha e continue a amassar até obter uma massa ligada.
Faça bolinhas de massa e disponha em tabuleiro forrado de papel vegetal, achate as bolinhas com as costas de um garfo enfarinhado, e leve ao forno pré aquecido a 200º até os bolinhos ficarem dourados.


Notas:


Neste caso não coloquei mel, pois o muesli tinha sido preparado por mim segundo as orientações da Laila, e tinha adicionado mel na preparação.
Ficaram uns bolinhos muito agradáveis para o pequeno-almoço ou lanche, sem serem muito doces.

No Brasil: Muesli = Granola

Bom Apetite!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Misturas de ervas

A minha paixão por ervas aromáticas é tal, que o meu irmão costuma dizer que, se eu tivesse vivido na idade média teria sido condenada à fogueira pela santa inquisição!
Assim sendo, este blog já merecia uma publicação dedicada a esse tema fascinante, e ainda por cima um hábito saudável na cozinha, pois o uso das ervas aromáticas reduz a utilização do sal e de outros temperos menos saudáveis nos cozinhados.

Versão de impressão e arquivo desta receita: aqui



Ramos de cheiros (bouquets garnis)

Para carne de vaca

- Louro, salsa, tomilho e 1 pedaço de folha verde de alho francês.
- Orégãos, louro, alho e 1 tira de casca de laranja.
- Tomilho, segurelha, mangerona e um pouco de hissopo.

Para carne de porco

- Salva, aipo, salsa e tomilho.
- Levistico, alecrim e segurelha.
- Tomilho-laranja, estragão e louro.

Para carne de borrego

- Alecrim, alho, orégãos ou mangerona e tomilho.
- Alfazema, segurelha e murta.
- Tomilho-limão, hortelã e salsa.

Para criação

- Salsa, louro, estragão e erva limeira.
- Mangerona, alecrim e segurelha.
- Tomilho-limão, Levistico , salsa e 1 pedaço de folha verde de alho francês.

Para caça

- Salsa, bagas de zimbro, tomilho e louro.
- Erva cidreira, mangerona, hortelã e aipo.
- Alecrim, murta , e 1 tira de casca de laranja.

Para peixe

- Salsa, estragão, tomilho e 1 tira de casca de limão.
- Funcho, louro e tomilho-limão.
- Endro, salsa, cebolinho e erva cidreira.

Para legumes

- Orégãos, tomilho, salsa e salva.
- Aipo, segurelha, estragão e salsa.
- Louro, Levistico, alecrim e mangerona.


Ervas finas

Mistura clássica da cozinha francesa, as ervas finas são uma mistura de ervas de Verão delicadamente perfumadas.

Em partes iguais:

- Cerófilo, cebolinho, salsa e estragão em ½ da porporção das anteriores.

Picadas finamente constituem excelente tempero para omeletas e outros pratos de ovos, para molhos cremosos e para saladas de folhas tenras.

Salsada (perdillade)

Pique finamente e em conjunto:

- 1 dente de alho e um raminho de salsa de folha lisa, adicione ao prato uns minutos antes de servir.

As salsadas são uma cobertura refrescante para pratos de criação, peixe e legumes.
Podem ser adicionadas a pão ralado para as mais diversas utilizações.

Gremolata

Prepare um salsada e inclua a raspa de ½ limão.
È perfeito em peixe grelhado ou assado no forno, em sopas de lentilhas ou feijão e em saladas.
A gremolata também se pode usar em guisados.

Ervas da Provença

Esta é por tradição uma mistura variável de ervas secas, mas não há razão para não se utilizarem ervas frescas quando as houver.
Em baixo, umas das versões, mas as sementes de funcho, a salva, o mangericão o louro e o
hissopo também se utilizam.

3 c sopa de tomilho
2 c sopa de mangerona
1 c chá de alecrim
1 c sopa de segurelha
1 c chá de flores de alfazema

Moa ou triture as ervas e guarde em frasco hermético.


Ervas de Inverno

Partes iguais de:

Tomilho seco, orégãos secos e segurelha de Inverno.
Proceda como acima.

Farcellets

Farcellet é a palavra catalã para pequeno molho ou raminho.

Segurelha, orégãos, tomilho e louro.
Envolva os caules das ervas com a folha de louro, e ate.
Tempera: pratos de carne, criação e legumes de cozedura lenta.
Retire antes de servir.

Pimenta de ervas

1 c sopa de alecrim seco
1 c sopa de segurelha de Inverno seca
1 c sopa de tomilho seco
1 c sopa de mangerona seca
1 c sopa de pimenta preta
1 c sopa de macis (mace)*

Moa as especiarias e reserve.
Moa ou esmague as ervas, misture com as especiarias.
(Se achar necessário, passe pela peneira).
Guarde em frasco hermético.

Vai bem com: legumes de raiz, recheios de frango e sopas de Inverno.
Pode ser combinado com alho e casca de laranja.
* Macis: especiaria; membrana laranja-avermelhada que cobre a casca da noz moscada.

Pasta de alho e ervas

4 dentes de alho
sal
2 c chá de pimenta em grão esmagada grosseiramente
1 ou 2 c sopa de azeite
4 c sopa de ervas picadas, escolha entre:
mangericão
mangerona
salsa
alecrim
salva
estragão
tomilho

Esmague o alho no almofariz com um pouco de sal até ficar em pasta.
Junte os outros ingredientes e misture bem.

Use para: barrar carnes para grelhar
Pode adicionar sumo e/ou sumo de limão.


Notas:

Use compressas de gaze, (das que se vendem em farmácias), e use para fazer os bouquet garnis, ou qualquer combinação de ervas e/ou especiarias que necessitem ser retiradas da comida antes de servir.
Esta publicação, será sujeita a actualizações sempre que mais alguma mistura mereça relevância depois de testada, e ficará sempre disponível na faixa lateral, na rubrica: dicas e truques.

Pique as ervas frescas finamente, e guarde-as em couvetes no congelador.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Salteado de vermicelli e carne de caranguejo

Diferente, aromático e reconfortante são os adjectivos que me ocorrem para descrever este prato.
Os aromas, as texturas e os sabores asiáticos há muito que me conquistaram por isso de vez em quando lá estão eles na minha mesa.
Este teve uma ajudinha da minha
amiga secreta, pois entre as maravilhas que me enviou estavam uma embalagem de vermicelli de soja e uma lata de carne de caranguejo.

Versão de impressão e arquivo desta receita: aqui



Usei:

100 g de vermicelli de soja
2 c sopa de óleo
2 chalotas em laminas finas
3 dentes de alho picados
2 caules de erva limeira fatiados
½ pimento vermelho em tiras finas
150g de carne de caranguejo
2 c sopa de molho de peixe
2 c sopa de sumo de lima
2 c chá de açúcar de palma
Cebolinho picado para servir

Fiz assim:

Coloquei a massa a hidratar em água quente até ficar macia. Escorri e cortei em pedaços com uma tesoura.
Depois é só:
Aquecer o óleo no wok, juntar as chalotas, o alho e a erva limeira e deixar saltear durante 2 minutos em lume forte. Junta-se o pimento e o vermicelli e mexe-se.
Tapa-se e deixa-se cozinhar 1 minuto, só o suficiente para a massa ficar quente.
Junta-se a carne de caranguejo, o molho de peixe, o sumo de lima e o açúcar, envolva bem com 2 garfos de madeira ou com pauzinhos.
Rectifica-se o tempero, e serve-se salpicado com o cebolinho.

Notas:

Possíveis substituições:
Vermicelli de soja por vermicelli de arroz ou nodles.
Açúcar de palma por açúcar mascavado.
Erva limeira por gengibre.
Molho de peixe por molho de soja ou de ostras.
Chalotas por cebola.


quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Tarte de maçã

Toda a gente tem uma receita de tarte de maçã, quase toda a gente gosta!
Eu faço parte dos que gostam muito, mas tenho sempre a sensação que ainda não encontrei a fórmula perfeita, cada uma que faço parece-me sempre que podia ser melhor.
Esta receita é das melhores que já fiz, mas vou continuar a minha demanda pela tarte de maçã perfeita!

Versão de impressão e arquivo desta receita: aqui



Usei:

Massa areada

150g de farinha
100 g de margarina
1 c sopa de açúcar
1 gema

Recheio

600g de maçãs
½ chávena de frutos secos (opcional)

Cobertura

½ chávena de xarope de plátano (maple syrup)
100g de manteiga s/ sal
3 ovos
Compota ou geleia de maçã para pincelar

Fiz assim:

Prepare a massa, e forre uma forma de tarte redonda e com fundo amovível.
Descasque e corte em meias luas as maçãs. Disponha na tarteira, por cima coloque os frutos secos, (se usar passas, estas devem ter estado a hidratar em liquido).
Num tacho pequeno, derreta a manteiga com o xarope, retire do lume e deixe arrefecer um pouco. Incorpore depois os ovos batidos, deitando-os em fio e batendo sempre.
Deite o recheio sobre as maçãs, e leve ao forno pré aquecido a 180º, até que fique dourada e as maçãs macias.
Leve ao lume um pouco de geleia de maça dissolvida em pouca água até ficar um liquido espesso. Retire do lume e pincele a tarte ainda morna.

Notas:

Pode substituir o xarope de plátano por açúcar mascavado.
O xarope de plátano encontra-se à venda nas lojas de produtos naturais e dietéticos.

Pode também prescindir da geleia de maçã para pincelar, e em vez disso, polvilhar a tarte com uma mistura de açúcar de pasteleiro e canela.


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Alcatra da Terceira

No verão tive o prazer de conhecer um casal amigo dos meus pais. O casal, há muitos anos emigrado em Toronto no Canadá, são no entanto, ambos naturais de Sº Miguel nos Açores.
Eles ficaram durante uns dias hospedados em casa dos meus pais, e a minha mãe sabendo que a Srª é uma excelente cozinheira, pediu-lhe para fazer um prato típico dos Açores, ela fez então esta carne.
Só com o cheirinho que vinha da cozinha quando eu cheguei para almoçar já eu salivava, quando provei então, eu que nem sou fã de carne, fiquei rendida.

Versão de impressão e arquivo desta receita: aqui



Segue então a receita para 6 pessoas comilonas:

Usei:

1 Kg de alcatra ou lombo de vaca
500g de chambão com osso ou cachaço
150g de toucinho fumado
6 bagas de pimenta da Jamaica
1 c chá de mistura de pimenta branca e preta em grão
2 folhas de louro
1 pau de canela
sal
1 c sopa de vinagre
vinho branco q.b.
água q.b.
125g de manteiga

Fiz assim:

No almofariz, pisa-se ligeiramente as pimentas e a canela.
Cortam-se as carnes em pedaços.
Unta-se com banha um alguidar de barro, ou tacho largo, no fundo, coloca-se uma camada de cebolas ás rodelas e de toucinho aos pedaços, por cima colocam-se pedaços das carnes e tempera-se com a mistura de pimentas e canela, o sal e o louro.
Vão-se fazendo camadas até esgotar a carne, sendo a última de cebolas.
Rega-se com o vinho, o vinagre e um copo de água.
Finalmente, espalha-se por cima a manteiga em pedacinhos.
Leva-se ao forno muito brando durante duas horas, ou conforme a consistência da carne que se vai virando de vez em quando.
Se necessário, junta-se mais um pouco de liquido.
Serve-se a ferver.

Notas:

A carne depois de disposta em camadas, pode ficar a marinar de um dia para o outro.
Outras carnes que podem ser usadas: rabadilha em vez de alcatra, ou como já foi dito: lombo.
Sirva com batatas assadas.
Aproveite o caldo da carne para outros cozinhados, coe e congele.

Este prato pode ser confeccionado na panela de cozedura lenta.